domingo, 21 de outubro de 2007

Gocho Bersolari e eu:opiniões trocadas entre poetas.





Encontrei um arquivo de 2003, com uma troca de poemas e opiniões entre o poeta Gocho Bersolari e eu.
Posto aqui,onde quero estar entre outras pessoas, para registrar:


Gocho Bersolari escreveu:
Querida Clevane

"Tu poesía es formidable: tiene la tensión de un cuento, la profunda reflexión de una meditación y una lírica comparable a la de Safo. A esto se suma que sólo puede haber sido escrita por una mujer que sienta profundamente su condición de tal. Me parece excepcional e insuperable
Más besos para ti A lo qu
© Gocho Bersolari
Poeta"

“Cuando veas un centauro,
confía en tus ojos”

José Saramago


----- Original Message -----
From: Clevane Pessoa
To: lapoesia@yahoogroups.com
Sent: Sunday, October 03, 2004 3:46 PM
Subject: Re: [lapoesia] Pantera


Amigos:Leiam a forte e bela poesia do GOCHO e caso queiram, a minha...
Repassem...comentem...
abraços:
Clevane

Gocho Bersolari wrote:
Clevanne
Gracias por tus palabras y en especial por la hermosísima y lírica poesía que nos regalas.
Muchos besos
Gocho Bersolari
Poeta

“Cuando veas un centauro,
confía en tus ojos”

José Saramago


----- Original Message -----
From: Clevane Pessoa
To: lapoesia@yahoogroups.com
Sent: Saturday, October 02, 2004 4:13 PM
Subject: Re: [lapoesia] Pantera


Gochop:belíssima poesia.Gostei muito.Parabéns.
Clevane Pessoa
Envio-te uma das minhas.Caso haja algum erro de espanhol,rogo-te que o corrijas, pois versei do Português, minha língua, para o espanhol e posso ter cometido algum engano.Caso queiras que passe alguma das tuas para o Português, avisa-me.
Atenciosamente:
clevane pessoa de Araúyjo


LA MUJER Y LA VENTANA

Para "La Poesia" e ainda Grocho Bersolari

El viento traía el murmullo de l'água
.La mujer lloraba
por la misma causa recorriente:
la lucha por la libertad...
De vez en cuando,
por la ventana abierta
la mujer, ardiente pero melancólica
miraba en el espejo del aire
-observaba el vuelo
de los pájaros libres
encima del mar, en el horizonte rojo.
(Creo que con esta imagen
se podría elucidar la realidad
de la mujer ;
limitada en su espacio
en los años que fueren negados
muy arraigada en cuentos de hadas,
pero limitada
en ciertos deseos...
para las mujeres,el amor

non constituye el mismo sentido
que para el hombre...)


Pero parecía aliviada, ahora...
Casi cerró los ojos que le doían...
Cerró las manos...
Pasaron unos minutos...
El hombre, arrastando los pies
se acercó
sussurandole al oído:"Adiós"
_"Adiós", repetió la mujer
-parecía en reposo,
sin la percepción de la dolor
de l'alma padeciente...


Un calor abrasador la invadió.
Las venas de sus manos
sobresalían,azuladas,
como ríos en fuego, todavía...
Las palmas, con los dedos encorvados
llevaban el compas indeleble
de las vibraciones de la furia...
Esperó hasta que la puerta
amarillenta e pesada
se cerró, como para sellar el adiós.
Una vez más,solamente sola,
in soletude
pero renovada...

El calor, la ultima expresion posible
tanto en el comiezo
com en el termino
profundamente sumergido
a las raíces de su cuerpo.
Repentinamente el viento
sibilla en las ventanas...

En la vivencia, el hombre
-objeto amado de deseo
se haya convertido
en su problema...
La pasion
se haya convertido
en distancia e ausencia

(Clevane Pessoa de Araújo Lopes)

12122002




Gocho Bersolari wrote:
Hay una pantera
pugnando por salir de las horas
que se clavan
que se clavan
en el costillar del día. La pantera
mira con sus brillantes ojos
un retrato de Mozart
mientras la sinfonía Nº 40
no deja de estallar
en peces de notas y palabras.

Entonces
la pantera calza botas
de cabritilla
y camina entre nuestros silencios
como la dueña
de la plantación de nuestros dolores.
Debemos extraerlos diariamente
en insomnes amaneceres cuando el tiempo
es un tronco agudo que se clava en los ojos,
es un insecto
que se alimenta de nuestro esternón,
es un lipoma azul y sostenido
en el aura de los ojos del día
que se asoma
que se asoma
como un animal tenue, enorme y suave

Ahora
la pantera se instala en la tarde
y sueña con la llegada de la noche
para rasgar la luna
y beberla
con mi sangre descalza.

© Gocho Bersolari
Poeta



Flores que vuelven

volando a la rama

eran mariposas.
Moritake


Este camino

ya nadie lo recorre

salvo el crepúsculo



Dentro de la olla

Un pulpo reposa en sueño fugaz

Bajo la luz de la Luna de Verano


MATSUO BASHO
1644 - 1694

sábado, 20 de outubro de 2007

Nobre Mensageiro






O poeta Alain de Paula está na tarefa de concluir seu livro primevo, "As Margens da Iluminação", mas já escreve novos versos, para o próximo.

Mineiro de Belo Horizonte, mora em Bóston e já nos Estados Unidos há duas décadas.Pai de Svetly e Leela, marido de Anna, está na área de Educação.Recentemente apresentou-se lá em Novos Talentos.

Sua Poesia transita entre o lírico e o profundo, o profano e o divino:um ser de alma poética, em busca da iluminação.



NOBRE MENSAGEIRO

o nefasto cria espaços
e vem ao som da chuva
no ápice dessa fraqueza
tentar me condenar

concorda com a discórdia
e permite que esse mundo
em um raio de segundo
transforme-se no pior lugar

mas tudo é passageiro
e o nobre mensageiro
consciente e destemido
chega para me salvar

ele traz a alegre notícia
da possibilidade bendita
da exorcisão das trevas
e de um novo caminhar

ele diz que posso tudo
e que a luz que tanto quero
reside no próprio escuro
que previne meu iluminar

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Na ASVPE



26/08/2006 10h38

Omagem:trabalho de Fernando Barbosa(*), autor e ator,fotógrafo, sobre foto de Alex.Aí, participo do mega show "Poesia Abraça a Música",organizado pela jornalista e produtora cultural Dayanne Timóteom no Teatro Chico Nunes, em Belo Horizonte, MG

(*) De seu site Espaço Cultural Casa do Fernando:

http://eccasadofernando.arteblog.com.br/

Poetas suicidas XX
Clevane Pessoa,
para Eduardo, sempre.


Rasgo-me
o ventre da alma,
para um harakiri
de oferenda.
Não por honra perdida,
mas por desejo interrompido,
impecilho à livre expansão
da completude a dois.

Quimono de seda,
camadas superpostas de dor
e de saudade.
Bordados sutis
quão foi o amor profundo
de raízes imensuratas.

A adaga ritual.
A entrega plena,absoluta.

Antes, simbioses desideratas,
limites de limitaçõs sem limites.

Promessa de reencontro
em outra dimensão...

e vôo, então.

Publicado por
clevane pessoa de araújo
em 26/08/2006 às 10h38


O VISITADOR
Clevane Pessoa - Belo Horizonte - MG


Todas as noites
Passa um fita de luz
Pela fresta,
Atravessa a cortina
E me seduz
Fazendo uma festa
Para a menina
Que dormita
Dentro da mulher
Que acorda...
Com energias fluorescentes,
Florescentes,
Pega o açoite
Que o dia usou
Para castigar
Minha poesia
_ A companheira
etérea
da fantasia _
E o transforma
Em um fio de luar...


Apaixonada,
Embora,
Meu desejo constranjo
Em pleno deslumbramento
Quando re/descubro
Que esse espectro
É um anjo

Poesia destaque em concurso da
ALPAS XXI,de Cruz Alta,RS,depois
editada na coletânea
"Desafios"/2002,por Rozélia Rasia


MÃE DE MEL
CLEVANE PESSOA DE ARAÚJO LOPES


MÃE DE MEL, SEIOS DE NÉCTAR,
OLHOS DE SAL-O QUE SIMBOLIZA A VIDA,
A EMOÇÃO DE CONTEMPLAR
UM PEQUENO SER A NINAR,
A PEQUENA GRANDE PESSOA
QUE SEU ÚTERO TÃO BEM SOUBE ABRIGAR...
E A BOQUINHA QUE SE ENTREABRE,
BOTÃOZINHO A SUGAR!
E O SUSPIRO SATISFEITO,
IRROMPENDO A ENCANTAR!
E O CHEIRO DE LAVANDA,
E A RENDA NOS PUNHOS
DOS PEQUENOS PULSOS DE SEDA!
E O LENTO E TORNEADO ESPREGUIÇAR,
COM OS BRACINHOS MACIOS
A ESTICAREM QUAIS BROTOS
DE JOVENS REBENTOS,
A AVANÇAR
PELOS ESPAÇOS !
E O PESADO LEVE PESO, NOS TEUS BRAÇOS:!
MÃE DE MEL,FARTURA, TERNURA,
TU CARREGAS ALGUÉM
QUE ORA SENDO UM ENTE ASSIM PEQUENO,
ALGUÉM ADULTO UM DIA SERÁ
E DE TEUS CARINHOS
TERÁ SIDO FEITO
E INCONSCIENTEMENTE SABERÁ
DO FAVOS DE TEUS CUIDADOS



CONTATO SACRO
Clevane pessoa de Araújo Lopes

Mesmo quando as tempestades são duras
Minha alma quer manter-se pura e intocada
Erguendo-se, qual condor, nas alturas
De energia, gastando quase nada...

De costas para o vento, vai flutuando
Conduzida pelas bolsas de ar quente
Não há desgastes nem cansaço: voando
Faz-se parte do Cosmos, resiliente...

Alvo de flechadas, tiros, pedradas
Protege-se subindo mais e mais
Além das nuvens, no azul absoluto

E acha, asas abertas, não rasgadas,
Em átomos infinitesimais,
Deus, que mesmo sendo tudo, é impoluto...


Este soneto,em Concurso do saudoso
site "www.notivaga.com"da Magriça,patrocinado
por Mirkos Von Breysky,foi menção honrosa,
fazendo parte da coletânea(de papel)
"Antologia dos Poetas Notívagos"


Sou patrono da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores(AVSPE), que me doaram ali um belo espaço.
Visite e conheça os demais patronos, acadêmicos e presidentes.

Entrevista com Bernardo Erwin




Bernardo Erwin, um artista completo.

Entrevista o autor,violonista e cantor Bernardo Erwin.

1)Qual sua formação?

Comunicólogo (trabalhando atualmente nas áreas de comunicação, design e programação web)

2)Como a Estrada Real entrou em sua vida?

Essa coisa de gostar desses cantinhos escondidos de Minas foi ganhando muita força na minha vida nos últimos anos, o "fugere urbens" me transformou num arcadista radical e apaixonado pelo interior, pelo sertão, pelo distante. Foi que conheci o Instituto Estrada Real através do pesquisador Márcio Santos e descobri que seria uma forma de trabalhar com essa natureza (refiro-me também à natureza humana) que me encanta. Já são quase quatro anos vivendo o dia-a-dia deste projeto.

3)Por que "Serra do Espinhaço"? Fale de suas vivências com esse trecho tão belo das Minas Gerias e com a natureza...

Observei que minhas composições sempre se inspiravam em algo em comum...mais tarde fui saber que se tratava de uma tal Serra do Espinhaço. Tenho a sensação de que é ledo engano o fato de nos meus "idos burocráticos" estar registrado que sou natural de BH. Gosto desta cidade, mas somente na cordilheira me sinto mais parte do lugar...Isso tomou conta até da minha forma de ver as coisas, por isso digo que são músicas do espinhaço, mesmo que eu vá pra outra natureza levo comigo o olhar do espinhaço, a forma de viver e interpretar...O Espinhaço está para mim em muitos lugares e não somente onde a geografia o definiu. O Espinhaço está tb na alma das pessoas, percebo-o em ambientes, instâncias e universos variados.

4)Desde quando vc escreve poesia?

Não me considero um poeta. Na verdade sou um poeta com os olhos, interpreto as paisagens com lirismo, música e letras vem depois como se existissem para perenizar o sentimento de ver as paisagens.

5))Ser poeta para você é um trabalho ou uma maneira de ser?pretende editar algum livro?

Tratando de forma lúdica: Ser poeta é não ter alternativa, ou ter todas as alternativas e escolher a melhor.
Mas eu realmente não me considero um poeta. Precisamos valorizar mais esta profissão, e pra começar devemos tratar como poetas somente aqueles que realmente o são (como você por exemplo).

6))E desde quando a música o interessa?E compor, é um prazer ou ocupação?O que tenho criado atualmente?

Música esta na minha vida desde cedo. Minha mãe é pianista e acabei me enveredando por estes caminhos através deste instrumento. Mais tarde entrou o violão, as flautas, outros instrumentos e a vontade de viver isso mais a fundo. Compor é um estado de espírito (espero que isso não soe muito clichê). E as criações surgem sem muita explicação...

7)) Fale de você:o que gosta de fazer, de ter, de crer...

Aí vc me entorta....

8)Comente o site www.serradoespinhaco.com.br, tão belo.Quem é o webmaster?Vc participou de sua concepção?Qual a sua intenção ao dá-lo à luz?

O site foi desenvolvido por mim mesmo, com a contribuição generosa de grandes amigos. São três objetivos: dar vazão ao meu trabalho autoral, comercializar o CD-rom "O Caminho Diamante" e, principalmente, conseguir patrocinadores para novos projetos.

9))Mostre-nos algumas de suas poesias.

fico com a letra da música "Extrema Ponta", parceria minha com o Rafa Furst

Extrema Ponta
Estranhas entranhas de mim

Extrema, imensa
Intensa dilema em mim

Se encontrar ou se encontrar?

Do outro lado está
um outro como eu
a desembocar o seu pensar no mar,
o seu tocar no chão,
o seu tocar na terra:
percussão
o seu tocar na terra:
coração

******

O parceiro de Bernardo,Rafa Furst,é músico que abre-se em leque de vertentes relacionadas:compõe, canta, faz percussão, toca violão.

Esses rapazes talentosos somente precisam ser ainda mais descobertos...

E,claro, não posso resistir a lhes dar por presente ,um pouco de minha Poesia;

1º Mo(vi)mento:

Bernardo

No espaço de ser,
vértices e vertentes.
Cantante,mordente.
Cantata intimorata
preenche espaço
antes de amplitude infinita:
música em expansão adentra
sem necessidade de licença.
Mítica, mística,
a crença fundamenta-se
na nagnífica face
da serra.
Espinhaço:
espinha delineia
tamanho e forma.
Respirar fundo
a umidade do mundo
ignoto e especial.
A mão nas cordas,
cantas o que recordas
e tudo que afasta o mal.

Mo(vi)mento 2

Rafael

Repinicas sons
achas os tons,
te espraies ,
fibrilas o coração
e imitas seu pulsar
com as batidas de teus dedos,
revelas segredos,
pois alma,
ali no Espinhaço se acalma
e é doce e é aço.
De ti mesmo, sais;
vais de encontro
à natureza viva.
Insetos e aves fremem
ao teu compasso.

Mo(vi)mento 3

Bernardo e rafael

E a voz que cresce
e o sol que nasce
e a noite que desaparece.
Luz e calor,
frio e umidade,
ar puro que até dói,
"fugere urbens',
abris os braços
e abraçais as montanhas.
Esse a quem acompanhas,
que te acompanha,
no duo onde a manha
afasta qualquer sanha
e santifica manhã...

Mo(vi)mento 4

O sol

O sol escorrega
nos escorregadores da serra;
menino tornado,
o sol derrama luz,
entorna toda a amora
que alimentará a aurora...
E os companheiros
de viagem rumo à beleza original
abraçam um mar de poente,
abraçam a luz solar...
Percebem aceiros
dentro do olhar.

Movimento 5 / Aparentemente Estático:

Serra do Espinhaço

Mamas projetadas
seduzem a vista.
Desafias o banal,
pois de ti,por um lado, perene.
A vida brota de mil maneiras
e cada des/emaranhada rota
mesmo se prevista,
é sempre diferente.
Serra do espinhaço:
pinha
no espaço,
serrilhada
entre a bruma,
paleta de verdes,
precisas saber
o quanto és amada,
ordenhada
pela poesia
de dois cantantes
viajantes
da fantasia,
moços de silêncios intermitentes
e cantares - orações...
E os amamentas.

Momento 5

Não há mais nada
que eu queria dizer não,
en/cantada
com os cantos,
os sons
da percussão,
a voz,a composição,
o contexto
do absoluto
numa bolha de sabão...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Poeta Honoris Causa,pelo Clube Brasileiro de Língua portuguesa,para oito países Lusófonos.

Cônsul Z-C em Belo Horizonte,Mg,Brasil por "Poetas del Mundo".

23 de maio de 2007

***
Visite o site e ouça música prá lá de boa...

Clevane

Serviço:

espinhaco@gmail.com

www.serradoespinhaco.com.br
e
www.musicasdoespinhaco.com.br

Publicado oroginalmente por clevane pessoa de araújo lopes em 23/05/2007 às 00h05 em

http://www.clevanepessoa.net/blog.php

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Fernando Fabrini e Taquaraçu







Fernando Fabrini (a meu lado nessas fotos, na Lagoa do Nado,em belo Horionte, Mg, onde funciona, entre muitas outras atividades, o Centro Cultural - em junho/2007, tiradas por vários fotógrafos da Rede Catitu:Llobus, Xisto Guiga e outros)estudou Shakespeare em Londres.De retiorno ao Brasil, soube dfe uma comunidade fantástica, em taquaraçu, inde a espressão teatral tivera início ...num curral.

Conversamos antes de gravarmos a entrevista e essa maleta fabulosa, guarda tesouros :em cadernos simples e antigos, os autores locais escrevem suas peças.Fabrini, apaixonado, já está agora há dezessete anos com a comunidade, a fazer teatro e levando adiante um projeto incrível de resgate das raízes, com a parceria da Rede Catutu e o entusiasmo do fotógrafo ,poeta e cantador Marco Llobus.

O nome deste blog foi inspirado no nome que deram a essas gravações de entrevistas:"Clevane entre Pessoas".

Na mesma data, entrevistei também os Guiga (cujo patriarca levou os bailes ao interior)e, aos poucos, registrarei aqui "o rumo dessas prosas..."conforme se diz no interior mineiro.Ainda há o projeto dos cavucos e dos griôs da Serra do Cupó.Beleza destilada em raízes e continuidade...Uma festa para alma, conhecer tamanha tradição e seu resgate.

Lena Luci, a personagem de Maria Fortuna






Maria (de Jesus Fortuna) criou essa personagem ás voltas com o climatério e muita dificuldade para acxceitas a nova faixa etária...


Maranhense, prima do famoso cartunista Fortuna, é radicada em Minas (Belo Horizonte) e, no momento, passa metade do tempo no Rio de Janeiro.
No mês passado, várias dessas charges foram publicadas no jornal Virtual "João do Rio"-e Mariinha, conforme é chamada pelos amigos, já prepara outra,em idade mais avançadinha...

Contatos:mjfortuna@terra.com.br

Clevane

TURADINHAS ***O PC




SERVIÇO:


:: TURADINHAS :: Livros, Convites, Tirinhas e Ilustrações
:: Bruno Grossi & Diane Mazzoni :: www.turadinhas.com
(31) 8884.0913 - 8814.4942 - 3486.1995


(Publicado sob autorização dos autores)

domingo, 7 de outubro de 2007

Cordel para Marco Llobus (Clevane Pessoa)



Cordel

Foto:Marco Llobus em performance no evento "Poesia na Praça Sete",organizado por Rogério Salgado e Virgilene Araújo, na capital mineira (Br).

Fonte(visite o blog, onde vários poetas mineiros estão):http://www.poesianapracasete.com/fotos/album2/74.jpg

A magnífica foto sobre a poesia, foi capa da revista Estalo número 4.Acompanhei Llobus a idealizá-la", contando em reuniões,como queria que fosse .E ficou fantástica.



Atenção,meus amigos!

O fotógrafo Marco Llobus ,na série "HUS MANO",retrata artistas obscuros para as pessoas de outras Minas Gerais,de outros brasis....Lembra-me a canção "é gente humilde,que vontade de chorar" ,quando fotografa os violeiros,os músicos,a gente boa e simples de cada lugar onde,buscador,busca-a-dor e torna artístico o facies sulcado de quem laborou na Terra,quem suou no trabalho braçal,de quem canta e dança apesar de,de quem pratica esculturas,pinturas,coisas de cultura do interior,umas herdadas de geração para geração...
A roda de congo, a congada mineira,herança dos escravos,subsiste apesar de,na vontade e na sensibilidades dos descendentes,dos apreciadores enganjados aos grupos.Basta um chão,sons de percussão,batidas ritmadas...Quando entrevistei Mestre Conga,em Belo Horizonte,numa experiência memorável,ele contou que amarrava latinhas de massa de tomate nas pernas,menino,para acompanhar a roda.Ele e o irmão,por isso,ganharam apelidos-e ainda hoje ele é conhecido como tal.Contou-me da fascinante experiência de participar de uma roda de congada,de ser visto,aplaudido,seguido...
Na UFMG,Mestre Conga ainda ensina na Faculdade do Samba, seu outro amor...
Quantas faculdades terão de ser abertas para que a Memória do povo brasileiro,ou dos povosbrasileiros,tão grande é nossa diversidade?Com a evasão das pessoas mais jovens,principalmente,de seus locus de origem,corremos o risco de perder ,para sempre,a riqueza cultural de nossa gente.
Felizmente ,existem pessoa como meu amigo o sensível poeta,músico e artista plástico Marco LLobus,que,literamente,corre atrás do registro fotográfico desses rostos cansados e devastados,mas que renascem de si todos osdias,para a dança,para a música,para a poesia...Cantantes,brincantes,mestres,trocadores,compositores...
E para saudar esse artista jovem ainda,que se preocupa assim com o outro,somente em forma de cordel,à minha maneira de dizer...

Cordel para Llobus

Clevane


Licença,meus bons senhores,
que boas novas vim trazer,
atenção,meus cantadores,
pois vocês vão conhecer
quem vai revelar suas dores,
suas historias vai dizer...

Sendo lobo que uiva prá lua,
é carcará de voz forte,
aponta a poeira que estua
nas bandas secas do norte,
fala dos frios nas ruas
nas Minas frias de corte...

Marco Llobus na verdade,
traz prá mim tal comoção
que ao ver os moços de idade
dançando em batido chão,
em suas fotos,verdade,
dispara meu coração...

Ele mostra a cantoria,
e a animação dessa gente,
as rugas,cada alegria,
as esperanças que se sente
a chuva onde o fogo ardia...

Com humildade esse rapaz,
diz ser um mero aprendiz
da História que o povo faz,
os medos que não se diz,
pois a coragem desfaz...

Se a fome grassa,que importa,
quando há fartura de dança,
e o sorriso bate à porta
-com caninha ninguém cansa,
peixe no rio,verde na horta...

Mas se os donos do poder,
soubessem o poder pleno
da arte de poder ser
um homem pobre e sereno,
iam querer conhecer...

E o artista,vê os artistas,
vê o sagrado e o profano,
planeja e faz mil listas,
e assim fotografa HUS MANO,
e manda pros analistas...

Dá licença ,minha gente,
que esse lobo vai chegar,
um homem de sangue quente,
debaixo do chapéu a suar:
de longe,vem insistente...

Em vez de tirar retrato
de ricaços e patricinhas,
ele quer,mesmo,de fato,
é flagrar as avezinhas
que trinam aqui no mato
e brilham até sozinhas...

Batam palmas,meus brincantes,
os calcanhares,no chão,
cantem com vozes possantes,
que a história não some não,
na Conga,cês são vibrantes,
não negam a persussão...

O Llobus vamos saudar,
a esse passarim de orelhas,
seus feitos vamos cantar,
que,simples quais as ovelhas,
é capaz de nem ´pensar
quando as fotos dão nas telhas...

-Se achegue,venha até nós,
ô seu menino Marquinhos,
sacuda todos os pós ,
descalce seus chinelinhos,
desate nossos cipós,
sente com seus amiguinhos...

-Óia Marco,vou lhe contar,
a histórias das minhas dores,
meu pigarro vai roncar,
mais cê num é que nem dotores,
nos calos,não vai pisar,
vai é cantar com cantores...

-Entre na roda dos versos,
que ocê também toca viola,
esquece os homes perversos
-sei que trouxe na sacola
uns apetrechos diversos
que não lhe deram na escola...

-Com pinga,molhe a garganta,
que o povo todo quer ver,
quer ouvir a voz que planta
a verdade em cada ser
com cada foto que canta...

Se um oferece um banquinho,
puxam-lhe a manga os meninos,
a patroa faz cafezinho,
até mesmo os mais sovinos
sorriem como carinho...

E ele fica,bem contente,
vai ficando,vai ficando...
Tenho de parar,ô gente,
de comentar,vou parando,
senão,só paro,na frente...

Aplaudo aqui,esse amigo,
que a roupa do pobre veste,
que é testemunha de umbigo,
que vai parar num agreste,
fotografar o que digo,
por mais que o sol a tez creste...

Marco:pode ser que depois melhore o cordelzinho,mas fiz direto na telinha e para dar vazão à alegria de ver mais um HUS MANOS,querendo sempre ser sua mana,meu irmão!
Meio de brincadeira,mas com muita seriedade,aí vai...


Clevane pessoa de araújo Lopes

Rede Catitu em Minas Gerais, a resgatar tradições.







Sobre as fotos (flashs de Marco Llobus, exceto ,é óbvio,a própria fotografia)

A viola ,presenteada por Artur Bernardes ao Senhor Guiga, é carinhosamente preservada pela família.


Os Griôs e os Cavucos, da Serra do Cipó, projeto levado por Fernando Fabrini e a Rede Catitu, resgatando todo o acervo da cultura mística e folclórisa dos quilombos.


Na aprazível ,secular e bela Lagoa do Nado, estou aqui, no espaço de entrevistas que a rede Catitu intitulou "Clevane Pessoa entre pessoas", entre o Sr.Xisto Guiga ,fotógrafo, violeiro, cantador,e seu filho, o conhecido Celinho Guiga, com formação em música pela UFMG.Os dois e outros memebros da família, mantém toda a tradiçaõ dos bailes da roça, levados pelo patriarca Sr.Guiga, educador, daqueles que ia de fazenda em fazenda, de casa em casa, ensinando aos jovens e às crianças da casa.Nos intervalos, compunha, organizava os bailes, cantava.

Maravilha, essa tradição e o projeto,apoiado pela lei de Incentivo á cultura.





Marco Lobbus, Presidente da Rede Catitu e um dos Cônsules, em Belo Horizonte, de poetas del Mundo.Fotógrafo de aguçada sensibilidade para o cotidiano e o empoderamento das pessoas do interior, das periferias, artistas natos, Llobus é também Poeta,músico, artista plástico e de teatro, enfim, dono de múltiplos dons.Para mim , sei maior dom é ser "O" amigo de seus amigos.
Pela Intenet, Llobus mantém vários jornais virtuais e posters- poemas (faz os meus ,inclusive):Des/Classificados;Poetus;Hus manos;



Com ele, farei o livro-álbum "Poietisas", cujo Projeto foi selecionado pela Prefeitura Municipal.O Memorial da Famíla Guiga, que resgata a historia de uma tradição familiar, obteve o apoio do MINC e se lançou no trabalho de busca.
Há dias, Celinho (Célio Guiga, neto do patriarca) e Marco Llobus foram para o interior de Minas, pela Equipe Catitu, parceira do Projeto Família Guiga, foi buscar raízes e registrar fotograficamente , captar e filmar imagens condizentes com as letras de música.No You Tube, você e encontra , por exemplo, um movie encantador.Foram filmados um moinho, carros de boi.

Pela rede catitu, na Lagoa do nado, estive conversando com os Guiga (Sr Xisto, fotógrafo e violonista e seu filho Celinho, que tem formação musical pela UFMG) e foi uma beleza, ouví-los a interpretar as músicas do professor que levou o baile ao interior mineiro,uma forma de acontecer social e cultural,marcante e singular.


O patriarca foi agraciado e reconhecido pelo Governo Brasileiro, mas, após seu falecimento,apenas a família manteve a memória, embora antigos moradores e amigossempre tenham o que contar, á moda simples da gente interioriana, mas contribuindo, de forma rica e precisa,para que oacervo fosse ampliado.
O Sr>Xisto lembra-se , pequeno, ouvindo seu pai compor e quando íamos à Lagoa do Nado para gravar as entrevistas e sermos fotografados naturalmente, cantou,enquanto dirigia sua KOMBI, várias dessas músicas singelas e pungentes.

Por excelência, os memoriais muito me atraem , pois a história de vida de alguém não deve ser esquecida, em especial, quando foi importante em seu meio, um exemplo a ser rememorado, seguido.

Existe o velho adágio de que o Brasil é um país sem memória.Não é bem assim.Corações e mentes narram fatos, músicos fazem , nas letras, a poesia da histórias pessoais e de outros...Quando a equipe da Rede Catitu entrevistou homens e mulheres idosos, verificaram que ,nos compartimentos do velho computador mental, tudo fica arquivado.Psicóloga, sei que os compartimentos mentais não são estanques e que basta abrir um, que, por associação livre de idéias, vão se desencadeando as vivências, as explicações, as saidades.A memória imediata , no idosos, é mais frágil, para a memória retrógrada é uma bênção - e , por isso, entre indígenas, os anciãos são respeitosamente ouvidos, assim como é preciso ouvir as parteiras, as lavadeiras (no Jequitinhonha, a cantoria dessas, ganhou espaço, discografia, através do trabalho do cantor e psicólogo Carlos Faria ), os barqueiros, os barranqueiros.Os velhinhos do lugar registram as acontecências, em especial depois que sossegam a empolgação juvenil, viram bancos de dados humanos e ainda enriquecem suas histórias com a filosofia de vida, os ditados, as músicas...No Nordeste, por exemplo, é comum que os reprentistas sejam verdadeiros repórteres de sua época.Chega-se a uma praça, a uma praia e lá estão eles, com seus instrumentos e voz forte, narrando fatos políticos, crimes, eventos, de forma metrificada ,rimada e melódica.Em Minas, por exemplo, na Serra do Cipó, os griôs,mestres das sabenças e das curas, são respeitosamente considerados em suas comunidades.Os dramaturgos de taquaraçu, cujo histórico de atividades teatrais, conta que o Teatro começou em um curral, tudoisso e muito mais, vem sendo estudado e vivido, por exemplo , por Fernando Fabrini, ator, autor, que há mais de dezessete anos, faz um belo trabalho artístico e comunitário com esse protagonismo e esses dons.Também o entrevistei longamente - para mim , uma conversa antológica-em "Clevane Pessoa e outras pessoas",um espaço que ocupo a convite da Rede Catitu.

Quero continuar a ouvir a família Guiga, deverei ir à Serra do Cipó e a Taquaraçu, para sentir de perto a beleza desses projetos.

Llobus, fotógrafo que vê a alma e consegue registrá-la, já bateu centenas e centenas de fotos.

Um trabalho de fõlego, para Minas Gerais se orgulhar...E os brasileiros também.Exemplo a ser seguido.


Publicado originalmente por clevane pessoa de araújo lopes em 26/06/2007 às 12h36

http://www.clevanepessoa.net/blog.php

Vânia Diniz:Primavera em Verso e Prosa




23/09/2007 21h29


Vânia Moreira Diniz:"Elegia à Primavera" (em prosa e versos)

Pelo sorriso latgo e primaveril,pode-se entrever a floração de sua alma linda.Vânia Diniz, autora de textos e livros tanto em versos quanto em prosa, oferece, á entrada da primavera, dois exemplos de sua prolífera lavra(Clevane):



Elegia à primavera,
em prosa e verso


Por Vânia Moreira Diniz, poetisa e prosadora.

http://www.vaniadiniz.pro.br

Eis que chega a primavera (prosa)
Vânia Moreira Diniz



"Eis que está chegando a primavera bela e colorida, a estação mais festejada do ano com sua luminosidade, alegria, doçura e trazendo-nos o canto dos pássaros, convidando-nos a festejar. Esperança na natureza colorida, na dança das folhas verdes, nas flores multicores, nas árvores robustas, na beleza que nos foi legada, fonte de vida e amor. Mistérios na energia do universo e que nos é transmitida.

Cada estação tem seus segredos escondidos magicamente no desenvolver de seu ritmo de duração, todos eles legam a esperança do seu reinado nas alegrias características e intrínsecas seja o verão, inverno, outono ou primavera.



A estação das flores carrega perene alegria e tudo se faz mais intenso, sentimos sensações renovadas e fascinantes, os pássaros voam a intervalos de distância como se quisessem avaliar seu tempo e potencialidades, o céu é mais azul, as estrelas brilham com tanto fulgor que nos encantam e o sol dourado nasce precioso e acolhedor.

Quando o dia amanhece a despeito de qualquer tristeza que possamos guardar a graça e o enlevo que experimentamos é tão suave e maravilhoso, que nos convida à concentração, reflexões e ao olhar admirativo e respeitoso frente ao que se nos apresenta de magnífico o nosso planeta.




E a melancolia de saber que temos irmãos aqui ou em lugares perto ou distantes sofrendo a miséria, o desconforto ou brutalidades imensas nos faz pedir à mãe-natureza que propicie uma vida melhor com o mínimo de dignidade porque todos merecem usufruir o encanto da alegria e da felicidade.

Apelamos para a primavera em cores tão esfuziantes, para que unam os homens e todas as criaturas, hóspedes temporários deste mundo, necessitando usufruir a beleza e o mistério que trazem sensações sedutoras, enriquecendo a alma que faz uma passagem pela terra e depois se renderá à felicidade plena levando memórias de imagens e amor.




Contemplo e ouço com ternura todos os elementos criados, flores em profusão de tons, árvores gigantescas carregando os mais variados frutos, a terra que guardará raízes contendo húmus fertilizador, o gorjeio dos pássaros e o silencioso caminho dos rios e lagos, o eco do mar majestoso em ondas avassaladoras, tão brancas e espumentas, o bramir do vento em sua onipotência, a voz harmoniosa do ser humano e mais me convenço do poder da esperança nesse dias em que se inicia a primavera.

E com o perfume das rosas, despertam sonhos que pareciam adormecidos, mas estavam simplesmente descansando de sua ânsia de realização e entoam canções de fé, certos de que não podemos viver sem eles. A primavera os ressuscitou e então caminhamos na certeza de um futuro abraçando-os como única maneira de acreditar em nós mesmos.

Seja bem-vinda primavera gentil, que vem para reinar nesses meses de ventura, com seu ar tépido e enfeitiçador, e cujo horizonte longínquo se reveste de todas as cores transformando o limite do real e do irreal. Venha, nós lhe esperamos seduzidos de carinho e esperançosos do regozijo que deveria ser a sensação mais duradoura da humanidade.

Eis que chega a primavera."

Primavera em orgia (verso)
Vânia Moreira Diniz

Sinto em meu peito a natureza a se expandir,
Farta, bela, suave no horizonte colorido,
E me detenho em cada espaço de vida e de canção,
Que em orgia festejam delirantes a primavera.

As cores que se multiplicam em arco-íris,
Expressando em nuances a paixão do universo,
Explodindo em orgasmo de beleza a estação,
Que o planeta comemora esplendoroso.

O sol a chamejar em luz diáfana e amarelada,
Iluminando as flores aveludadas do caminho,
O céu azul como um manto diáfano e belo,
E a primavera a eclodir em gritos naturais.

Os corações dos habitantes do planeta em vibração,
fascinados transidos de amor em evolução aconchegante,
A alegria que conduz à namoros e romantismos,
E a paixão a circular intensa liderada pela primavera.

Primavera, rosa, azul, dourado, sol. Luz e estrelas,
Todo um conglomerado das riquezas do universo,
Circulando como um tesouro de brilhos e fulgor,
E a magia transcendendo qualquer eventual tristeza.

S.Francisco:Trovas, bio, canto-Recados de Macedo, Graça


Trovas sobre S.Francisco, recado de Ademar Macedo,de Graça Campos,letra de hinário.




Fazer o mal, não me arrisco,
porque Deus logo percebe,
penso igual a São Francisco:
é dando que se recebe!
(Ademar Macedo/RN)


Bendigo a pessoa honrada
que guarda, na alma, a raiz
da humildade ilimitada
de São Francisco de Assis.
(José Maria Machado Araújo/RJ)


Se São Francisco de Assis,
fosse o herói da mocidade,
dos corações juvenis
transbordaria humildade!
(Luiz Antonio Cardoso/SP)


Em meus versos, de alma nua,
a ti, eu canto louvores,
São Francisco, Irmão da Lua,
do Sol e dos Trovadores!
(Marisa Vieira Olivaes/RS)


Meu São Francisco de Assis,
irmão do sol e da lua,
leve a um destino feliz
essas crianças de rua.
(Neoly de Oliveira Vargas/RS)


Francisco de Assis, teu nome
tem pouca rima, é verdade...
Mas rima bem com a fome
que eu sinto em mim, de bondade.
(Thalma Tavares/SP)



"Cântico das Criaturas"

de São Francisco de Assis


Louvado seja Deus na natureza,
Mãe gloriosa e bela da Beleza,
E com todas as suas criaturas;
Pelo irmão Sol, o mais bondoso
E glorioso irmão pelas alturas,
O verdadeiro, o belo, que ilumina
Criando a pura glória - a luz do dia!

Louvado seja pelas irmãs Estrelas,
Pela irmã Lua que derrama o luar,
Belas, claras irmãs silenciosas
E luminosas, suspensas no ar.

Louvado seja pela irmã Nuvem que há de
Dar-nos a fina chuva que consola;
Pelo Céu azul e pela Tempestade;
Pelo irmão Vento, que rebrama e rola.

Louvado seja pela preciosa,
Bondosa água, irmã útil e bela,
Que brota humilde. É casta e se oferece
A todo o que apetece o gosto dela.

Louvado seja pela maravilha
Que rebrilha no Lume, o irmão ardente,
Tão forte, que amanhece a noite escura,
E tão amável, que alumia a gente.

Louvado seja pelos seus amores,
Pela irmão madre Terra e seus primores,
Que nos ampara e oferta seus produtos,
Árvores, frutos, ervas, pão e flores.

Louvado seja pelos que passaram
Os tormentos do mundo dolorosos,
E, contentes, sorrindo, perdoaram;
Pela alegria dos que trabalham,
Pela morte serena dos bondosos.

Louvado seja Deus na mãe querida,
A natureza que fez bela e forte:
Louvado seja pela irmã Vida
Louvado seja pela irmã Morte.

Amém.





Já bastante doente, compôs São Francisco o
"Cântico das Criaturas". Até ao fim de sua vida, queria ver o mundo inteiro num estado de exaltação e louvor a Deus.
No outono de 1225, enfraquecido pelos estigmas e enfermidades,
ele se retirou para São Damião.
Quase cego, sozinho numa cabana de palha, em estado febril, deixou para a humanidade este canto de amor ao Pai de toda a criação.

A penúltima estrofe, que exalta o perdão e a paz, foi composta em julho de 1226, no palácio episcopal de Assis, para pôr fim a uma desavença entre o bispo e o prefeito da cidade. Estes poucos versos bastaram para impedir a guerra civil. A última estrofe, que acolhe a morte, foi composta no começo de outubro de 1226, pouco antes de São Francisco morrer - aos 44 anos de idade.


SÃO FRANCISCO DE ASSIS,
rogai por todos nós!



Porto Alegre, 03 de outubro de 2007.

2007 - TROVABELA - Ano 2

______________________________________________

Querida Clevane,

Que nosso Grande Irmão, FRANCISCO DE ASSIS, Interceda por nós sempre, junto a Jesus.

Eu, que o recebi de presente, no banner, ontem mesmo coloquei -o sobre minha cama e

li o poema e já escolhi uma moldura especial.

Obrigada muito!(eu)
Graça Campos



Canto essa musiquinha quase todos os dias:

Irmão Sol e Irmã Lua

Ó Irmão Sol e Irmã Lua,
Abra meus olhos,
Quero ver a Luz!
Ó Irmão Vento e Irmã Chuva,
Cantem pra mim,
Canções que tragam paz!
Eu amo o mundo,
Gosto de viver,
Vivo nos campos entre meus irmãos...
Sempre cantando,
Com muita alegria
Passo os meis dias
Pregando o amor!...

( DEsculpe, mas não sei a autoria. Aprendi com o grupo espírita do Centro Espírita
Casimiro Cunha ).

Beijos...
(Graça)

S.Francisco de Assis


No dia de S.Francisco de Assis, 04/10/2007

Almas
Humberto Rodrigues Neto


Ah... quão estranha faz-se a alma humana
nos multifários prismas que apresenta:
se em fúria muitas vezes se arrebenta,
em outras, quanto bem de si promana !

Por mais que se a interrogue e mais se a estude,
traz de ancestres passados cada indício:
no mesmo afã com que disfarça um vício,
realçar procura, sempre, uma virtude.

Quantas delas no amor andam imersas!
Quantas outras ruminam maus instintos!
Provêm do mesmo Deus, mas quão distintos
são os fluidos que as concebem tão diversas!

Pois foi assim que o mesmo eflúvio prisco
- no ver do autor destas modestas odes –
plasmou de ira o coração de Herodes,
e o plasmou de bondade em São Francisco!

_______________________Imagem:túmulo de S.Francisco de Assis._




A Francisco


Maria J Fortuna

Vem, Irmão Francisco

Aninha-te em meu coração

Pois és a cotovia

Que louva o senhor com seu canto



E com ele quero estar em comunhão

Do alvorecer ao crepúsculo

Quero seguir teus pés chagados

Em direção ao Senhor da Beleza



Concede-me, irmão de Jesus

Um pouco do teu vinho

Com sabor de sol e lua

Destilado no teu coração

Para que eu embriagada

Do teu louco Amor

Esteja consumada em fogo ardente

Para sempre



Assim, Irmãozinho

Sorvo o mel da Graça

O pão da Santa Pobreza

A dança do despojamento total

BH 05.11.1983



Francisco e Clara

Francesco , Chiara

Nos olhos de Francesco,
a clara luz de Chiara,
mescla-se à luz mais rara,
do sol interior, da lua dourada
que são a fé e o inconficional amor...
Além do desejo carnal , a caridade.
Além da necessidade pessoal,
o amplo espectro da humanidade
fazem arco de arco-íris
no céu da alma compassiva
dos dois bem-amados...

A natureza murmura
quando os pés empoeirados
em sandálias rudes
passam pelos caminhos.
Trinam maviosos ,os passarinhos.
As águas cantantes
revelam segredos do Universo.

E Francesco e Chiara
transcendem
o relativo amor terreno,
embalados pelo absoluto
e dançam loucos de amor pleno.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes.
(04/10/2007)
Belo Horizonte, Brasil

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Mulheres de Sal ,Água e Afins, no site do CLESI,de Ipatinga


No site do CLESI, as palavras de meu editor, João de Abreu Borges,sobre meu livro de contos(http://www.clesi.com.br/talentos/talentos4.html)


Mulheres de Sal,
Águas e Afins




MULHERES DE SAL, ÁGUAS E AFINS

Clevane Pessoa Lopes

Contato: pessoaclevane@gmail.com



Por João de Abreu Borges - Poeta, músico e editor

A fruta virgem

As mulheres, enquanto gênero da humanidade, possuem peculiaridades extraordinariamente contraditórias, ao mesmo tempo que fundamentais para nossa compreensão masculina do mundo. E mais: cada uma delas, em particular, possui suas idiossincrasias, enquanto indivíduos. Mais ainda: se formos falar de mulheres escritoras - como é o nosso caso aqui - mais do que peculiaridades, mais do que idiossincrasias, podemos então falar sem medo de intimidades, já que nos contos de Clevane Pessoa encontramos elementos quase mínimos (quasínimos), quase imperceptíveis da condição feminina em nosso meio social.

A começar pelos títulos "A Nuca", "Os Pés...", "O Moço que Amava...", "A Moça..." Só um título destoa dos outros, porém é o melhor para quem os lê; esse título é "A Pokã", fruta que ao ser aberta por um jovem sedutor com o dedo indicador dele penetrando em seu interior, alicia sensivelmente o sonho antes virgem e agora aberto de uma moça. É tão clara a simbologia da fruta deflorada simultaneamente à vagina frutificada, que qualquer pessoa mesmo de imaginação menos fértil se sensibilizaria ao ler esta passagem.

A palavra vertigem

Eu prefiro chamar de "poeta" todo aquele que verseja sobre o que somos em essência, já que, essencialmente, não se pode dividir nada, não se pode classificar em gênero, número ou grau aquilo que ainda se encontra em estado bruto, aquilo que penetra nos mares mais profundos ou alcança as montanhas mais altas com o poder de sua criatividade. Não pode ser ela, nem pode ser ele; somos todos um só ente criador-criado por alguém ainda bem maior que também é pai-mãe, deus-deusa, indivisíveis porque eternos.

Nesse sentido, Mulheres de Sal, Água e Afins não é um livro feminino, muito menos erótico, menos ainda pornográfico. É tudo isso junto num movimento permanentemente criador, numa dança em que os pares surgem de um só elemento que de si mesmo extrai seus opostos, tal como o sol sentindo-se chuva... e vice-versa

J.S. Ferreira concede-me entrevista.


>> ÍNDICE
05/10/2007 16h06
Entrevista com o autor de Jenipapo,J.S.Ferreira,aldravista, de Mariana,MG
Foto:J . S Ferreira , com a romancista Maria Luiza Falcão, entre ele e o r.J.B.Dinadon, escritor, poeta e professor na UFOP.



NOTA BIOGRÁFICA

J.S.Ferreira, nome literário de José Sebastião Ferreira, nasceu em 17/02/1954, em São Gonçalo do Rio Abaixo, Minas Gerais.
Poeta e escritor, formado em Letras. Recebeu várias premiações em Concursos estaduais, nacionais e internacionais de Literatura.

Participou de várias antologias poéticas a nível nacional e feiras de livros e de exposições de poemas nas cidades de Belo Horizonte, Montes Claros, Mariana - MG.

Detentor da “Medalha E. D’Almeida Vitor” – Revista Brasília-DF.

Autor dos livros de poesia :

“Lixos & Caprichos” – Editado pela CMC Consórcio Mineiro de Comunicação Ltda – BH, em 1991,
“Bateia Lírica” – Gráfica Ouro Preto-MG, em 1996.

Participação no Livro “Aldravismo – A Literatura do Sujeito”- pela Editora Aldrava Letras e Artes – MA-MG. Obra analisada em J.B. Donadon-Leal “Leituras, Ciência e Arte na Linguagem” – Editora UFOP, 2002.

Participação na série “Poesia de Bolso, 2003”- do CLESI – Circuito de Literatura – Ipatinga-MG. Participação no Livro “Poesia de Bolso” volume -03, CLESI-Ipatinga-MG, 2004.

Criaturas & Caricaturas (Textos J.S.Ferreira e Caricaturas de Camaleão) – 1ª Exposição – SESI-Mariana-MG, de 10 à 31 de maio/2005 e 2ª Exposição de 06 à 10 de Junho /2005 no (Patronato) - 1ª Semana de Letras – UFOP- Santa Bárbara-MG.

Co-autor do Livro “Nas Sendas de Bashô”, 2005, pela Editora Aldrava Letras e Artes – MA-MG.

Recebeu “Menção Honrosa” no 4º Prêmio Nacional de Poesias Cidade de Ipatinga-MG/2006 e 5º Lugar no 21º Festival Estadual de Poesia, em Ipatinga-MG. E 4º Lugar no “XIV Concurso de Poesias, Contos e Crônicas” da Academia de Letras de São João da Boa Vista-SP/2006.

Título de “Mérito Cultural” – UBE – Rio de Janeiro/2006.

Possui publicações esparsas em diversos jornais do país. Atualmente é Vice-Presidente, Tesoureiro e colaborador do Jornal Aldrava Cultural, em Mariana-MG. É membro do Movimento “Poetas del Mundo” e membro efetivo da Academia Marianense de Letras – Cadeira nr. 12.

ENTREVISTA



1) Você, que é poeta há tantos anos, por que sente afinidades com o aldravismo? O que é ser aldravista, para você?

- Sou um dos fundadores do aldravismo e, por isto, comungamos os mesmos ideais literários e educacionais. Trabalhando com vários textos curtos, exploro a metonímia que privilegia a parte como o todo, o que caracteriza bem o nosso aldravismo. Sinto-me bem à vontade no grupo aldravista, cujo movimento insiste em abrir portas para interpretações inusitadas dos acontecimentos cotidianos, em relatos de só aquilo que o artista viu. Para mim, ser aldravista é usufruir de uma convivência com vários autores de vários níveis culturais, sem prejuízos à minha produção cultural ou preconceitos.

2) Na próxima Feira do Livro de Ipatinga, você lança seu livro para público infantil, JENIPAPO". Desde quando, você escreve para crianças?

- Desde que me interessei pela Literatura, procuro escrever textos compreensíveis pelas crianças, que são um dos meus alvos preferidos, porque tive uma infância privilegiada e diferenciada, tendo um convívio sadio com os livros e com a natureza, que sempre estiveram presentes em minha vida.

3) O que o motivou ao título, à história?

- Dentre os textos inseridos no livro, alguns dos temas desenvolvidos citam o jenipapo, árvore nativa da região em que nasci. Essa árvore sempre esteve presente em minha memória, porque quando eu ainda criança sentia uma certa atração pela aparência dela e pelo sabor de seu fruto. Tive bons momentos junto a uma jenipapo e dela guardo as melhores recordações.



4) É comum, por exemplo, em dinâmicas de grupo, que profissionais de saúde, de educação, usem literatura infantil. Jenipapo vai se prestar á multiplicidade de leituras e atingir até ao público adulto? Qual a lição de "Jenipapo", se puder falar, sem contar o enredo, claro...



- Espero que o livro venha a despertar nas pessoas, especialmente nas crianças, o gosto pela leitura e a conscientização quanto à conservação da natureza, tão depredada nos dias atuais.



5) De que forma aconteceu a parceria que lhe possibilitou editá-lo?

- Ao longo dos anos, venho participando de vários concursos literários realizados pelo Clube dos Escritores de Ipatinga – CLESI, nos quais venho obtendo sucesso. Agora, com a parceria da Aldrava Letras e Artes com o CLESI, foi-me possível a edição do livro Jenipapo, o que considero como um prêmio de reconhecimento ao meu trabalho literário.



6) Como a capa e as ilustrações foram criadas? Você recebeu um desenho para aprovação, ou inferiu diretamente no processo criativo?

- Não inferi nem interferi em nada e nem tive participação na criatividade da artista ilustradora, que se inspirou nos textos que escrevi. Assim, deu nova roupagem e uma plasticidade perfeita ao que propus nos textos.

7) Pretende escrever mais livros para crianças?

- Claro. Tenho novos projetos em andamento, no aguardo de novos patrocínios, para serem editados.

8) Onde está o poeta no contador de histórias para a infância? Há um entrosamento (entre Poesia & Prosa) ou o processo acontece separadamente?

- No meu caso, não há interferências da prosa em minha criatividade poética. Expresso o que sinto, em poesia, e não me preocupo em contar estórias, porque a proposta do livro Jenipapo e totalmente poética, apesar de estar direcionada ao público infanto-juvenil.

9) Quando publicará novamente um livro de poemas? Algo em vista?

- Como disse, anteriormente, tenho outros livros escritos e aguardo patrocínios, para editá-los.

10)Deixe uma mensagem...

- Estamos em Mariana, Minas Gerais, buscando fazer Cultura sem verba. Graças a Deus, temos conseguido alguns pequenos patrocínios de pessoas físicas e jurídicas sensíveis à nossa causa, cujos resultados vêm sendo notados em todo o país, visto que a nossa Aldrava Letras e Artes tem sido merecedora de aplausos nos diversos meios em que atua.

Eu, particularmente, tenho três livros editados: dois, sob o patrocínio da Companhia Vale do Rio Doce e o Jenipapo, apresentado pelo CLESI e sob patrocino da USIMINAS.

Na foto, Sebastião, em primeiro plano,com Maria Luiza Falcão (autora de "Afonso") entre ele e o Dr.J.B.Donadon, escritor ,poeta,e professor da UFOP.

Resta dizer que a nossa Editora Aldrava Letras e Artes é a Editora responsável pelo ISBN dos vários lançamentos do CLESI, para o 2º Salão do Livro de Ipatinga-MG.

Agradeço-lhe a oportunidade de poder manifestar-me a respeito do meu trabalho e peço a Deus que lhe dê muita saúde e disponibilidade para dedicar-se às nobres causas literárias, com você sempre vem fazendo.
Parabéns a você pelas perguntas inteligentes e muito obrigado por tudo quanto vem fazendo por mim e por nós da Aldrava Letras e Artes.

José Sebastião:Obrigada e meu especial abraço para vc.Saiba que conhecer você pessoalmente, e aos aldravistas, foi um dos grandes ganhos,para mim , em 2007.O trabalho de vocês é constante e tenaz e , em relação às crianças e adolescentes marianenses, sem preço: levar-lhes , na Escola, a beleza das Artes e das Letras.Com Jenipapo, você afiança essa transmissão necessária.Parabéns.

Clevane





Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 05/10/2007 às 16h06

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

JENIPAPO, de J.S.Ferreira

s


Sebastião, poeta aldravista de Mariana,MG, que assina seus poemas como "J.S.Ferreira', autor de "Lixos & Caprichos", é autor apurado, de grande capacidade de síntese no seu dizer poético.

Acreditamos que essa característica deva influenciar seu novo fazer Literário:um livro para crianças, ao qual denominou "JENIPAPO".

Trata-se de uma das edições do CLESI (Clube dos Editores de Ipatinga) e que será lançado na na Feira do livro daquela cidade, sob os auspícios sempre consistentes da Usicultura.Marília Siqueira, a secretária do CLESI, falou-me entusiasmada, ao telefone, sobre a obra, fadada a agradar ao público leitor não apenas infantil, mas também o adulto.

Quando fui ministrar palestra sobre Alphonsus de Guimaraens, o poeta simbolista por excelência, natural de Ouro Preto, mas que passou muitos anos ( até falecer e continuar redivivo!) em Mariana,Sebastião mobilizou-se, nos enviou subsídios, mesmo sabendo que o tempo não seria hábil para a chegada pelos Correios, mas que irão enriquecer meu acervo pessoal, a xeroteca facilitadora às minhas palestras.J.S. Ferreira prometeu-me um exemplar, que vou resenhar e publicar em meus blogs.Inclusive, espero fazer uma entrevista com ele.

Natural de S.Gonçalo do Rio Abaixo, Sebastião está radicado na cidade primaz de Minas, onde participa das atividades do movimento Aldravista e tem seus versos publicados no seletivo Jornal Aldrava...

Para concluir, transcrevo , do autor:

"O melhor tesouro
é aquele que guardas
no fundo da alma."

O terceto dá margem a muitas reflexões...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes