domingo, 29 de abril de 2007

Pessoas, faces e aldravismo



  • Nessa foto, Silvane Sabóia usou meu rosto de dezoito anos fez essa montagem.Eu era magrinha, minha mestra de português, chamava-me de "Peninha"
    Uma pessoa que gosta de pessoas, esta sou eu.


  • Quando militei na imprensa, fascinava-se o Outro, esse meu espelho.O que sou, não sou, posso ,não quero, tenho, perco, seria em algum momento similar ao ser nom espaço ,dessa outra criatura tão arrasadoramente igual e tão desesperadamente diferente de mim?


  • Cecília Meirelles perguntou:"Em que espelho ficou perdida a minha face?":


  • Retrato




  • (Cecília Meireles)


  • Eu não tinha este rosto de hoje,


  • assim calmo, assim triste, assim magro,


  • nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.


  • Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;


  • eu não tinha este coração que nem se mostra.


  • Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:




  • - Em que espelho ficou perdida a minha face?

O Jornal Aldrava, de Mariana , Minas Gerais, abriga o Movimento Aldravista.O Aldravismo , tanto na arte quanto na Literatura, reflete uma suavidade intencional, umas reticências de expressão,uma situação de "Quase"O jornal tem como diretor o poeta Gabril Bicalho, premiado e de boa cepa.


Acabo de receber vários exemplares de Andréia Donadon , Poeta del Mundo, assim como sou, onde, no número mais recente,encontramos acoplada, a reprodução de uma de suas telas.Com sua arte, ela participou de concurso internacional em Granada ,Espanha,e agora, teve uma das telas selecionada para ir à Itália.A impressão da tela que vem de presente no exeopmplar 62, chama-se "Portal da Fuga".Foi selecionada pelo COLEGEARTE para representar a cidade e o estado da pintora no XII Circuito Internacional de arte Brasileira (itinerante,de maio a julho:Áustria,China, Tailândia , até chegar ao Brasil, no MASP - Museu de arte de S.Paulo).


Sobre o aldravismo, J.B.Donadon-Leal, doutor em semiótica e professor da UFOP (Universidade federal de Ouro Preto, onde estive para ministrar palestra sobre o desenvolvimento da criança e do púbere)), assim se expressa:


"A arte aldravista privilegia a metonímia e apresenta um tema, um efeito de uma causa ou uma causa de um efeito,um continente de um conteúdo ou uma parte de um todo".


Parece difícil de entender?Mas não!Trata-se, sobretudo, de um método elástico e de uma filosofia de vida que agrega-se aos afiliados.Nesse trabalho, Deia Donadon (assim a artista assina suas obras), para dar a idéia do absoluto, do infinito por trás de uma passagem - o portal de referência- sobrepõe pinceladas que sutilmente conduzem a uma interpretação mais ampla e pessoal do espectador, que assim , passa a participar diretamente da tela, com seu olhar perscrutador.O imaginário de Andréia é infinito, mas seu estilo é bem definido...


Pois, dos exemplares chegados, encontro, no número 59, a "Croniqueta",que escrevi para o grande poeta de Divinópolis, MG, Lázaro Barreto, de quem divulguei a boa verve nos Anos 60, em Juiz de Fora, mas a qum ainda não conheço pessoalmente.


Nela, o parágrafo inicial repete um de meus poemas, mas em prosa;


"Passo no espelho e vejo o rosto de minha mãe.Saudosa,volto uns passos para vê-la.Mas sou eu!Eu, para quem os anos passaram.Somente eu acredito que minha alma é atemporal(...)"



Adorei a remessa de Andréia, pois no Aldrava, encontro muitos amigos e conhecidos:Tânia Diniz, que faz dezoito anos de seu "Mulheres Emergentes" onde divulga "poesia de mulher",Marília Siqueira,poetisa e dinâmica secretária do CLESI , Clube de escritores de Ipatinga(que acaba de convidar-me para estar lá, na próxima Feira do Livro, para fazer o lançamento de Mulheres de Sal, Água e Afins /Urbana editora,RJ/Libergráfica, Conceição Abritta, na coluna de Trovas, presidente da UBT/BH,além do próprio Donadon e Andréia, Gabriel Bicalho...maravilha esse pacote e muito agradeço...


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