terça-feira, 26 de maio de 2009

Carlos Lúcio Gontijo comenta Bueno de Rivera e eu





Fotos:Carlos Lúcio Gontijo(escreve);Bueno de Rivera;eu(Clevane Pessoa)


O Vice Presidente da AMI_Associação Mineira de Imprensa é um jornalista -poeta que mostrou muita solidariedade para com nosso evento Paz e Poesia , de 17/05/2009.
Após a entrega de poemas e livros , na feira de Artesanato, o desfile do BOI ROSADO, que acompanhou os poetas às estátuas de Drummond e Nava (Rua Goiás com Bahia em Belo Horizonte, MG-Brasil), todos se dirigiram ao auditório na sede da AMI cedida generosamente por Wilson Miranda, o Presidente.

Lá Carlos Lúcio Gontijo-também Poeta del Mundo- ainda nos esperava, embora tivesse que anfitrionar colegas em visita e não pudesse ficar para o recital.

Foi embora, mas deixou trinta de seus livros, devidamente embrulhados, para distribuirmos aos agraciados.

E , dias depois, encontro em seu blog esse texto, onde fala a meu respeito logo depois de falar de Bueno de Rivera , seu conterrâneo :
Carlos Lúcio Gontijo escreve.

Bueno de Rivera


De Bueno de Rivera ao Poetas del Mundo
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Por Carlos Lúcio Gontijo
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"Bueno de Rivera, um dos grandes poetas de língua portuguesa e, por isso, merecidamente reverenciado em qualquer lugar onde o assunto seja a poesia maiúscula, é o maior dos seres humanos nascidos em Santo Antônio do Monte, cidade localizada no Centro-Oeste de Minas Gerais e da qual vim para Belo Horizonte a fim de dar prosseguimento aos meus estudos. Já cursava jornalismo quando procurei o poeta Bueno de Rivera, do qual muitos se lembram por causa do Guia Rivera, uma publicação que registrava o ponto e o trajeto dos ônibus coletivos que serviam aos bairros da capital mineira. Fui recebido com afeto pelo poeta de voz firme e marcante de locutor de rádio – uma atividade que também exerceu em sua vida – e, no final do encontro, saí com a promessa de um prefácio para o meu segundo livro de poemas (Leite e Lua), cujos originais com ele deixei.
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Passados alguns dias, recebi um telefonema dizendo que o prefácio estava pronto e que eu poderia buscá-lo. Bueno de Rivera me recebeu, mais uma vez, com alegria e clara satisfação no rosto, afirmando-me que sua alma estava em festa por estar diante de um poeta com origem em sua terra. Falou-me de meu potencial e aconselhou-me a lapidar o dom com que havia nascido, pois se eu não encontrasse o meu estilo, não importando se bom ou ruim, eu seria apenas mais um poeta neste mundo. E comparou: “é mais ou menos como um bom arquiteto que não ousa traçado novo e seu”.
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O certo é que saí dali disposto a editar meu “Leite e Lua”, mas a iniciar a busca de uma maneira de expressar com alguma característica literária que fosse minha. Era o ano de 1977 e eu só voltei a editar em 1987 (Cio de Vento), depois de debruçar nas janelas da procura de uma forma de escrever que tivesse um jeito que fosse meu. Durante todo aquele tempo, soavam aos meus ouvidos os conselhos de Rivera: “Vá escrevendo, fazendo sua carreira literária e, quando deparar com livro seu nas prateleiras de algum sebo, você poderá se considerar, no mínimo, vitorioso”.
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Hoje, digito meu nome no Google e me deparo com livros de minha autoria expostos em sebos e me recordo do incomparável poeta Bueno de Rivera. Como é duro o exercício da arte de escrever no Brasil, onde a lei de incentivo à cultura fica na dependência final dos humores do setor empresarial e onde os custos gráficos são verdadeiro desplante. Aqui, o autor paga para editar e, se vai remeter, em gesto de doação e idealismo, um exemplar de seu livro pelo Correio, ele não encontra qualquer benefício à sua disposição. Ou seja, paga por sua vocação de forma literalmente injusta.
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A poesia só caminha em solo brasileiro graças ao apoio de pessoas e entidades sensíveis, que compreendem a sua importância na sensibilização da sociedade, que quanto menos despoetizada mais violenta se nos apresenta. Há algum tempo, fui convidado por Sandra Fayad, poeta e escritora residente em Brasília, a integrar o movimento internacional “Poetas del Mundo”. E, dessa forma, tive contato com a poetiza Clevane Pessoa, uma das líderes, em Minas Gerais, da entidade que mantém um gigantesco e prestigiado site no ar, com poetas de todas as regiões do planeta Terra. Clevane, além de estar à frente do comando do movimento, recebendo com extremo senso de igualdade a todos que a procuram, põe-se à frente do evento “Paz e Poesia”, que, pelo segundo ano consecutivo, em Belo Horizonte, inundou a Feira de Artesanato e a avenida Afonso Pena de poemas e livros, que são entregues aos feirantes, num trabalho de cunho cultural que devia merecer a cobertura da mídia mineira tão provincianamente dadivosa quando se trata de iniciativa apresentada por gente de outras plagas.
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Acredito que, se Deus carrega o Universo nos braços, a poesia Ele leva em Suas mãos. Por isso, creio também que todos aqueles, que – como a poetisa Clevane – se dedicam à divulgação da arte poética aliviam o peso depositado nas mãos de Deus e, ao mesmo tempo, enchem de esperança o espírito de escultores e artífices da palavra como o poeta santo-antoniense Bueno de Rivera."
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Carlos Lúcio Gontijo

Visite seu blog e encontrará ótimos textos a perder de vista!
www.carlosluciogontijo.jor.br

E, para aperitivo, esse encatador poema:

- Carlos Lúcio Gontijo -


oração dos casais

"Meu bem, sei que Deus protege os[casais
Semeia trigais de ternura na pele
Para que o amor sele as marcas da [procura
Então, na hora em que a gente for [dormir
Façamos jus aos cuidados do [Senhor
Por favor, acenda-me quando [apagar a luz!

<><><><><><><><><><><><><><>


Agradeço ,penhoradamente, essas palavras.Aos poetas participantes ou não, do PAZ e POESIA, cabem quais luvas de seda nas mãos calejadas da alma-que ao retratar em versos, a beleza,ou o terrível, a pureza ou o hediondo, quantas e tantas vezes não chegam a ser compreendidos-e nadam contra marés insensatas, incompreensões e falta de reconhecimento.Mas insistem em sua missão pessoal -e sempre chegam a uma praia particular, onde o sol da criatividade é compensador e os cobre de um ouro que não tem preço...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Homem Que Amava as Avezinhas-Clevane Pessoa-Concurso Internacional Domist de Pequenos Contos





Imagens:Beija flor no telhado->Foto: Pud@
Visite:(www.agrobyte.com.br/index.php?pag=album)


Pardalzinho
Fonte:formiguinha.blogs.sapo.pt


Ninho de pardal no Poste ->bp3.blogger.com/.../Pardal+no+poste+sem+zip.jpg
Conto selecionado no Concurso Internacional DOMIST (http://www.domnmisticon.too.it/_

www.domist.net/por contos obras

O HOMEM QUE AMAVA AS AVEZINHAS

( Clevane Pessoa de Araújo Lopes BRA )


www.domist.net/por contos obras

O HOMEM QUE AMAVA AS AVEZINHAS

( Clevane Pessoa de Araújo Lopes BRA )


O homem que cuidava dos pássaros está em um hospital público, no andar psiquiátrico. É professor, poeta, cronista, em qualquer ordem. Até noutro dia, cuidava de pássaros que caíam feridos num comitê político onde ia todas as tardes, escrever textos para ganhar uns míseros trocados do candidato a alguma coisa, por certo, não a cuidador do povo.

Esse homem que respira seu próprio prana de poesia pura, estava endividado. Tomava dinheiro emprestado, a juros, daqui, para pagar ali. Na verdade, queria saldar a dívida com seu editor. Escreveu suas experiências sobre estudante que foi preso-embora não torturado-na Ditadura Militar. Era o ano de 2004, dirão mais tarde - e fazia quarenta anos que o golpe militar acontecera.

Depois da noite de autógrafos, saía diariamente com sua pesada pasta e ia tentar vender seus livros.

Muitas vezes, gastava mais que se tivesse ficado em casa: era preciso requisitar uma mesa onde se encontrasse, pedir uma cerveja ao menos e voltar para casa de táxi.

O homem que gostava de pássaros, chegou a cuidar de um beija-flor. Um dia chegou e a pequena ave havia se recuperado o suficiente para ir embora. Estava acostumado a registros de perda. Apenas pegou uma cadernetinha surrada em sua mente brilhante e anotou mais uma.

A bem-amada, também gostava de pássaros e estava criando um pardal, avezinha da rua que não quer saber de aproximações.Mas caíra em seu oitão ainda implume e acabara por aceitar os cuidados. Depois de crescidinho, ficou meio estragado:não andava em bandos, chegava sozinho à procura de pão. E entrava em casa, para acordá-la cedinho, indignado porque ela dormia até mais tarde... Ela havia pendurado um bebedouro desses de flores de plástico. Lavava-o bem e trocava a água, para evitar fungos que fizessem mal ao beija-flor vindo de uma árvore em frente.

O homem que cuidava de pássaros andou meio enciumado,querendo até virar beija-flor, até que ela, meiga/mente, lhe disse que colocara no bichinho o nome dele. Viu naquilo o desejo oculto de cuidar dele, o homem- o que por ora parecia-lhe impossível...

A bem-amada ia viajar e ele sentiu-se sem chão. Se fosse ave, poderia voar, mas não! Então começou a tomar Lexotan, esse remédio enganador, com pinga pura. Queria, com isso, que todos acabassem por saber aquilo que não andava a revelar:que devia muito.Dívidas, dinheiro insuficiente,seu salário de professor. Contou a ela, por telefone, que ficara muito humilhado quando,ao tentar tomar novos empréstimos , iam lhe mostrando, na telinha do computador, que ele (ainda) devia pagar aqui e ali...

Ela tentava animá-lo: Hoje, todos que são inadimplentes, não precisam se envergonhar. A culpa é do governo...

O homem que sabia como ninguém cuidar de passarinhos, havia votado nesse Governo e a decepção agravava sua saúde mental.

Ao receber recados de que a mistura fatal- pinga & Lexotan –estava acontecendo, lixando seu esôfago, destruindo o ácido estomacal, obnubilando sua mente embora nunca embotando sua sensibilidade, a amada, sentindo-se agora mal-amada, quando viu que o amor não valia tanto assim nesses casos, avisou-o: ”Pare, senão você vai ficar de língua de fora”.Imaginava-lhe e língua roxa, pritusa, cheia de baba...

Ele queria morrer e a conquistara com a vida de seus olhos e a mágica de seu sorriso... Como ela conviveria com esse contraste, alguém rir um riso tão risonho e em dado momento, procurar o auto-extermínio?

O homem que sabia dar vida a pássaros doentes, não sabe voar, não sabe como sarar , porque não morreu e as dívidas continuam. Professor, poeta, cronista, contista, fez da palavra uma bandeira, mas suas palavras literárias não conseguem pagar suas dívidas ou convencer quem quer que seja a lhe emprestar dinheiro para viver com dignidade.

O Governo lhe deve uma idenização pelas experiências durante a Ditadura. Ele tomou as primeiras providências.Pensa nelas enquanto está internado. Entre agudos e crônicos, todos doentes brasileiros que devem algo a alguém. Os donos do Poder terão conhecimento disso?

Um contista, cronista, diretor de revista literária, cronista, articulista, namorante, poeta-em qualquer ordem-está nesse minuto internado em um hospital público. Na ala de psiquiatria. Junto a outros inadimplentes. Faz parte dos que não resistem a pressões de dívidas monetárias. Só o Brasil resiste, capengando. Alguns homens, não.

Sentado na cama ou andando aqui e ali, o homem que nunca deixou as avezinhas sem ajuda, acende seus olhinhos ornitólogos e se alegra:há muito material importante ali, para escrever. Quando sair da internação...Já que não lhe autorizaram portar lápis ou caneta, passíveis de se transformarem em armas de auto-extermínio... Um escriba sem suas ferramentas!

Isso enche de esperança o coração da mal-bem-amada, quando fala com ele ao telefone. Se o escritor reunir interesse suficiente para escrever um livro novo, talvez a Vida lhe estenda os braços. E ele volte a salvar bichinhos alados. Então, no ninho desse coração orvalhado, quebram-se ovos. De dentro para fora, e duas avezitas começam a piar chamando o homem para cuidá-las...



Clevane Pessoa de Araújo

Psicóloga Clínica e Empresarial

Poetisa, contista, ilustradora

casasazuis@yahoo.com.br

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CONCURSO LITERARIO "PEQUENOS CONTOS"
seleção - maio de 2005



Foi uma seleção difícil, o tempo para entrega, e seleção dos trabalhos, foi curto, não ultrapassando um mês ao todo. Agradeço a Eliude Santana a honra do convite para elaborar este singelo concurso para a página de língua portuguesa do site Domist.net, e ter permitido adicionar mais contos na seleção que antes seria de menor número. Agradeço a confiança depositada em mim, e aproveito para dizer que foi um prazer poder de alguma forma contribuir com este projeto formidável de literatura e paz, para um site que prima pela conectividade, e intercâmbio entre os escritores do mundo.

Foram temáticas e abordagens as mais diversas: regionalismo, ficção científica, drama, solidão, e relações urbanas. Entre pitorescos, singelos, picantes, e poéticos, esta é uma boa mostra de talentos que despontam, que me emocionaram também por saber que o Brasil será mais uma vez bem representado nas Letras, num site lido por diversos países. Grata estou também a todos os que participaram deste evento, e digo: todos os trabalhos que me chegaram, mesmo os que não estão nesta primeira lista, são de muita qualidade e sensibilidade.

TÂNIA BARROS
Domist.net

Seleção para o site literário italiano Domist.net (**)
UMBELINA VIU O UMBIGO DO AVÔ
Aristoteles Rodrigues
O HOMEM MENOS ESTRANHO
Elianne Diz de Abreu
UMA MENINA
Vera Abi Saber
PEQUENO CONTO COLORIDO II
Yeso Agostinho da Costa Júnior


ITALIANO
trad. Eliude Santana
rev. Marco Milani ITA

OMBELINA HA VISTO L’OMBELICO DEL NONNO
Aristoteles Rodrigues

L’UOMO MENO STRANO
Elianne Diz de Abreu

UNA RAGAZZA
Vera Abi Saber

PICCOLO RACCONTO COLORATO II
Yeso Agostinho da Costa Júnior



Todos os selecionados no "concurso de pequenos contos" realizado em maio de 2005, em ordem alfabética:



A FEIJOADA (Conto)
Adriádene Cavalcante Rodrigues - adyady@bol.com.br
Guarulhos, SP. Professora de Português e Inglês, e Assistente de Faturamento.

UMBELINA VIU O UMBIGO DO AVÔ (Conto)**
Aristoteles Rodrigues - tote.rodrigues@terra.com.br
JUIZ DE FORA - MG. Psicólogo

O HOMEM QUE AMAVA AS AVEZINHAS (Conto)
Clevane Pessoa de Araújo Lopes - clevaneplopes@yahoo.com.br
Psicóloga Clínica e Empresarial. Poetisa, contista, ilustradora. Belo Horizonte, MG-Brasil.

PISCES (Ficçao Cientifica)
Dácio Jaegger - dj@predialnet.com.br
Niterói - RJ. Médico Cirurgião Plástico.

EM VINTE PISOS (Conto)
Diego Viana - diegoviana@uol.com.br
São Paulo. Economista/jornalista.

O HOMEM MENOS ESTRANHO (Conto)**
Elianne Diz de Abreu - elianneabreu@terra.com.br
Psicóloga.

O VIOLINISTA E O MAR (Conto)
João de Abreu Borges - liter@terra.com.br
Rio de Janeiro. Músico e poeta.

A INFLUENCIA DA MUSICA (Conto)
Jorge Gerônimo Hipólito - hipolitojgh@terra.com.br
Policial Militar (aposentado). São José do Rio Preto.

AMUO (Conto regional)
Manoel Carlos Pinheiro - agrestino@globo.com
Rio de janeiro - RJ. Analista de Sistemas.

OS LABIOS JUNTOS, NOVAMENTE (Conto)
Leonardo de Moraes - ragazzodifamiglia@yahoo.com.br

PRINCIPE OU LOBO? (Conto)
Renata de Farias Moreira Guimarães - renataguimaraes2002@yahoo.com.br
Advogada, estudante de psicanálise do Círculo Brasileiro de Psicanálise do Rio de Janeiro.

UMA MENINA (Conto) **
Vera Abi Saber - vera.abi@terra.com.br
São Paulo - SP

PEQUENO CONTO COLORIDO II **
Yeso Agostinho da Costa Júnior - yesojr@yahoo.com.br
Niterói - RJ. Cineasta e Designer Gráfico.



P HOMEM QUE AMACA AS AVEZINHAS

Clevane Pessoa de Araújo lopes

Belo Horizonte, MG-Brasil



O homem que cuidava dos pássaros está em um hospital público, não andar psiquiátrico. É professor, poeta, cronista, em qualquer ordem. Até noutro dia, cuidava de pássaros que caíam feridos num comitê político onde ia todas as tardes, escrever textos para ganhar uns míseros trocados do candidato a alguma coisa, por certo, não a cuidador do povo.

Esse homem que respira seu próprio prana de poesia pura, estava endividado. Tomava dinheiro emprestado, a juros, daqui, para pagar ali. Na verdade, queria saldar a dívida com seu editor. Escreveu suas experiências sobre estudante que foi preso-embora não torturado-na Ditadura Militar. Era o ano de 2004, dirão mais tarde e fazia quarenta anos que o golpe militar acontecera.

Depois da noite de autógrafos, saía diariamente com sua pesada pasta e ia tentar vender seus livros.

Muitas vezes, gastava mais que se tivesse ficado em casa: era preciso requiaitr uma mesa onde se encontrasse, pedir uma cerveja ao menos e voltar para casa de táxi.

O homem que gostava de pássaros, chegou a cuidar de um beija-flor. Um dia chegou e a pequena ave havia se recuperado o suficiente para ir embora. Estava acostumado a registros de perda. Apenas pegou uma cadernetinha surrada em sua mente brilhante e anotou mais uma.

A bem-amada, também gostava de pássaros e estava criando um pardal, avezinha da rua que não quer saber de aproximações.mas caíra em seu oitão ainda implume e acabara por aceitar os cuidados. Depois de crescidinho, ficou meio estragado:não andava em bandos, chegava sozinho à procura de pão. E entrava em casa, para acordá-la cedinho, indignado porque ela dormia até mais tarde... Ela havia pendurado um bebedouro desses de flores de plástico. Lavava-o bem e trocava a água, para evitar fungos que fizessem mal ao beija-flor vindo de uma árvore em frente.

O homem que cuidava de pássaros andou meio enciumado,querendo até virar beija-flor, até que ela, meiga/mente, lhe disse que colocara no bichinho o nome dele. Viu naquilo o desejo oculto de cuidar dele, o homem, o que por ora era impossível...

A bem-amada ia viajar e ele sentiu-se sem chão. Se fosse ave, poderia voar, mas não! Então começou a tomar Lexotan, esse remédio enganador, com pinga pura. Queria, com isso, que todos acabassem por saber aquilo que não andava a revelar:que devia muito. Contou a ela, por telefone, que ficara muito humilhado ao tentar tomar novos empréstimos e iam lhe mostrando, na telinha do computador, que ele(ainda)devia aqui e ali...

Ela tentava animá-lo: Hoje, todos que são inadimplentes, não precisam se envergonhar. A culpa é do governo...

O homem que sabia como ninguém cuidar de passarinhos, havia votado nesse Governo e a decepção agravava sua saúde mental.

Ao receber recados de que a mistura fatal-Pinga&lexotan –estava acontecendo, lixando seu esôfago, destruindo o ácido estomacal, obnubilando sua mente embora nunca embotando sua sensibilidade, a amada, sentindo-se agora mal-amada, quando viu que o amor não valia tanto assim nesses casos, avisou-o: ”Pare, senão vc vai ficar de língua de fora”.

Ele queria morrer e a conquistara com a vida de seus olhos e a mágica de seu sorriso... Como ela conviveria com esse contraste, alguém riri um riso tão risonho e em dado momento, procurar o auto-extermínio?

O homem que sabia dar vida a pássaros doentes, não sabe voar, não sabe como sarar porque não morreu e as dívidas continuam. Professor, poeta, cronista, contista, fez da palavra uma bandeira, mas suas palavras literárias não conseguem pagar suas dívidas ou convencer quem quer que seja a lhe emprestar dinheiro para viver com dignidade.

O Governo lhe deve uma idenização pelas experiências durante a Ditadura. Ele tomou as primeiras providências.Pensa nelas enquanto está internado. Entre agudos e crônicos, todos doentes brasileiros que devem algo a alguém. Os donos do Poder terão conhecimento disso?

Um contista, cronista, diretor de revista literária, cronista, articulista, namorante, poeta-em qualquer ordem-está nesse minuto internado em um hospital público. Na ala de psiquiatria. Junto a outros inadimplentes. Faz parte dos que não resistem a pressões de dívidas monetárias. Só o Brasil resiste, capengando. Alguns homens, não.

Sentado na cama ou andando aqui e ali, o homem que nunca deixou as avezinhas sem ajuda, acende seus olhinhos ornitólogos e se alegra:há muito material importante ali, para escrever. Quando sair da internação, já que não lhe autorizaram portar lápis ou caneta, passíveis de se transformarem em armas de auto-extermínio... Um escriba sem suas ferramentas!

Isso enche de esperança o coração da mal-bem-amada, quando fala com ele ao telefone. Se ele reunir interesse suficiente para escrever um livro novo, talvez a Vida lhe estenda os braços. E ele volte a salvar bichinhos alados. Então, no ninho desse coração orvalhado, quebram-se dois ovos. De dentro para fora, e as avezitas começam a piar chamando o homem

para cuidá-las...



Clevane Pessoa de Saraújo

Psicóloga Clínica e Empresarial

Poetisa, contista, ilustradora

casasazuis@yahoo.com.br

Belo Horizonte, MG-Brasil

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Nilson Matos Pereira-paródia a Águas de Março


CH/AMAR/TE

Quinta-feira, 15 de Maio de 2008
Nilson Matos Pereira-paródia a Águas de Março


Carta e poesia a Nilson Matos Pereira,sobre sua poesia parodiando "Águas de Março"
Em 20 de dezembro de 2004,escrevi esta carta e uma poesia ao Nilson(*),respondendo à sua instigante paródia de Águas de março:

Nilson:vivo te elogiando, mas saiba que das centenas de autores que leio na Internet, só elogio os que me tocam...
Essa paródia é perfeita, menino.Eu acabara de fazer algo muito satisfatório(sem falsa modéstia, pois não sou de vaidades, apenas de alegrias!),pelo menos para mim, na Ciranda Saudade e quando estava relendo pluft, desapareceu.
Meu yahoo hoje amanheceu tresloucado, mudando as configurações, o diabo.
E eu, que ultimamente, tenho tido o cuidado de escrever no rascunho, dessa feita, na tentativa de economizar meu curtíssimo tempo, fiz direto.
Sifu, cadê minha poesia?Perdi a vontade de reescrver, pois nunca sairá igual.Talvez mais tarde, talvez amanhã, sairá outra poesia...
Mas você, parodiando Águas de março, é realmente bótimo, como diz.
Abrs:
Clevane
12:29, Belô:não é que escureceu rapidamente e o tempo voltou a ser choroso?Pios nas árvores, os passaritos estão famintos, mal haviam começado a bicação!

Mistério
Clevane

Para onde se vão
os escritos perdidos
nesse universo cibernético?
Será que um batalhão de anjinhos
garis de palavras perdidas,
a recolhê-las?
Será que caçadores de antiguidades
(saiu do hoje, já é passado, saiu do agora,
já é antigo...)
as recolhem no nimbo
de outras dimensões
e por elas cobram fortunas
de gotas d'água ao sol,
para que os arco-íris
não se acabem jamais?
Será que os escribas
já em outra dimensão
lêem, corrigem
aprovam,declamam,
repassam,
fazem pastas de nuvens
e arquivam?
Quem souber,
conte aos poetas,
conte-me que lhes repasso...
Mas...para onde foi o poema
feito ainda agora
e que fugiu para o espaço?

(Clevane Pessoa de araújo,12:39, Belo Horizonte, MG, 20/12/2004)


Nilson Matos Pereira wrote:





Procura-se Autor/a!


É pau

É vírus

É o fim do programa

É um erro fatal

O começo do drama.

É o turbo Pascal

Diz que falta um login

Não me mostra onde é

E já trava no fim.

É dois, é três, é um 486

É comando ilegal

Essa merda bloqueia

É um erro e trava

É um disco mordido

HD estragado

Ai meu Deus tô fudido

São as barras de espaço

Exibindo um borrão

É a promessa de vídeo

Escondendo um trojan

É o computador

Me fazendo de otário

Não compila o programa

Salva só o comentário.

É ping, é pong

O meu micro me chuta

O scan não retira

O vírus filho da puta

O Windows não entra

E nem volta pro DOS

Não funciona o reset

Me detona a voz

É abort, é retray

Disco mal formatado

PCTools não resolve

Norton trava o teclado

É impressora sem tinta

Engolindo o papel

Meu trabalho de dias

Foi cuspido pro céu .

(*)O poeta,Nilson Matos Pereira,acaba de partir para outra dimensão,no Dia da Criança(12/10/2005).
Leia em Meu Diário(Blog),as homenagens que poetas do Brasil e outros países estão lhe fazendo:

http://www.clevanepessoa.net/blog.php
clevane pessoa de araújo lopes
Publicado originalmente no Recanto das Letras em 15/10/2005
Código do texto: T60038

Recebi essa informação de um amigo de Nilson, nos comentarios de meu outro blog ( http://www.clevanepessoa.net/blog.php):

"Conheci o Nilson aos seus doze anos, pois morávamos perto, e estudávamos na mesma escola.Porém o tempo nos separou. Fui estudar em Florianópolis, e um belo dia nos encontramos. Ele jogador de futebol .Desde então vi que era poeta, pois fêz uma linda poesia e me ofereceu. Tudo na maior amizada. Partiu o meu amigo. Foi professor da minha filha que grandes conhecimentos da Língua Portuguesa adquiriu. Sempreque posso leio seus poemas ,nesta máquina." Sombrio,09/05/08

Enviado por Altair Schmidt da Rocha em 09/05/2008 17:33
para o texto: Carta e poesia a Nilson Matos Pereira,sobre sua poesia parodiando "Águas de março" (T60038)
Marcadores: Nilson Matos Pereira-paródia a Águas de Março

Publicada otiginalmente em --->http://chamarteblogspotcom.blogspot.com/2008/05/nilson-matos-pereira-pardia-guas-de.html

HISTÓRICO DA ACADEMIA DE LETRAS DE TEÓFILO OTONI

Recebo do prof.Wilcon, Presidente da ALTO, convite para pertencimento, o que muito me honra:

HISTÓRICO DA ACADEMIA DE LETRAS DE TEÓFILO OTONI




A Academia de Letras de Teófilo Otoni - ALTO foi fundada oficialmente em 20 de dezembro de 2002, com os principais objetivos de: realizar estudos e pesquisas na área da literatura local e regional; promover e incentivar a cultura através da realização de conferências, exposições, concursos, cursos e outras atividades de natureza cultural; coletar, pesquisar, elaborar e divulgar estudos e informações de cunho cultural, relacionados aos intereses da entidade, bem como congregar os esforços daqueles que se interessam pelo processo cultural, o cultivo e divulgação da língua e literatura nacionais.


A Academia realiza, anualmente, a Feira de Livros de autores da terra e a tradicional "NOITE DO CAFÉ-COM-LETRAS", com recital de poesias, lançamento da Revista "Café-com-Letras", com trabalhos dos acadêmicos e convidados especiais e, ocasionamente, posse de novos membros. A entidade ainda oferece a autores locais a revisão e análise de obras a serem publicadas, bem a realização de solenidades de lançamentos de livros (noite de autógrafos). Mantém a Biblioteca Comunitária D. Didinha e o Núcleo de Documentação de Literatura Isaura Caminhas Fasciani (em fase de organização). A Academia ainda em parceria com a União Estudantil de Teófilo Otoni, realiza a cada ano, o “Concurso de Textos Dissertativos” destinado aos alunos do ensimo médio da rede pública e privada do município.

domingo, 3 de maio de 2009

Boal- in memoriam


Estava na sala, ligo o compoutador e a notícia do falecimento de Augusto Boal, me atinge.Não o conheci pessoalemnte, mas o admirava e trabalhei muito seus exervívios, vom grupos de mulheres e adolescentes, pessoalemmnte.Havia sempre um efeito de alívio pós catarse quando tudo terminava.Eu fazia um relax e as pessoas sentiam-se em paz e mais conhecedoras de seu self .Gestalts eram fechadas,indagações brotavam.
Mais tarde, abro o pC e encontro um sentido e-mail de Teresinka Pereira, brasileira e
Presidente da IWA, que mora nos Estados Unidos (Clevane Pessoa-Diretora Regional do inBrasCi):

"Faleceu Augusto Boal, o criador do "teatro do oprimido",
o diretor que queria transformar a realidade a partir do teatro.
Aos 77 anos, de leucemia.

Eu estou com muita pena. Fui amiga do Boal, trabalhei com ele
na California. Até fizemos uma viagem juntos.
Estou muito chateada com a morte dele.
TERESINKA PEREIRA"



Respondo-lhe:

Sim , amiga, as pessoas se vão e fica-nos a saudade.jamais o conheci pessoalemnte, mas ele esteve presente em minhas dinãmicas de grupo, quando trabalhava com minorias, adoelscentes, mulheres.Seu livro sobre 100 exercícios de laboratório teatral, com fotografias dos métodos, passava de mão em mão e o guardo com carinho.
Hoje, liguei a Rv e soube-ainda não lera jornais.,
Foi um susto, vou preparar um memorial para e mandarei a página para você , se vc sentir vontade de escrever, será um prazer postar.
O Teatro do optimido marcou época e agora é eterno.
Um abraço , meus sentimentos-por vc ser sua amiga.
Carinho:
Clevane

Agora à noite, encontro seu poema, para o amigo :

AUGUSTO BOAL
(1932-2009)

Naqueles anos
de exilio
nao qualificado
de "tortura"
encenavamos
o absurdo da vida
em um festival de teatro
na California.
O absurdo nos fazia
denunciar
a ditadura militar
sem aceita'-la.
Hoje me entregas
uma quota de absurdo
que nao me permite
nega'-lo: tua morte.
Sentiremos tua falta,
companheiro Boal,
para sempre.

TERESINKA PEREIRA
3 DE MAIO, 2009.

A foto acima, ilustra o texto abaixo, dele, no Dia Internacuonal do Teatro(27 de março-no mês passado):
Dia Mundial de Teatro
27 Março, 2009

Augusto Boal

Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.

Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!

Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática – tudo é teatro.

Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.

Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.

Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - “Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida”.

Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.

Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!

Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!

Augusto Boal



Boal's 2009 Address:
All human societies are “spectacular*” in their daily life and produce “spectacles” at special moments. They are “spectacular” as a form of social organization and produce “spectacles” like the one you have come to see.
Even if one is unaware of it, human relationships are structured in a theatrical way. The use of space, body language, choice of words and voice modulation, the confrontation of ideas and passions, everything that we demonstrate on the stage, we live in our lives. We are theatre!
Weddings and funerals are “spectacles”, but so, also, are daily rituals so familiar that we are not conscious of this. Occasions of pomp and circumstance, but also the morning coffee, the exchanged good-mornings, timid love and storms of passion, a senate session or a diplomatic meeting - all is theatre.
One of the main functions of our art is to make people sensitive to the “spectacles” of daily life in which the actors are their own spectators, performances in which the stage and the stalls coincide. We are all artists. By doing theatre, we learn to see what is obvious but what we usually can’t see because we are only used to looking at it. What is familiar to us becomes unseen: doing theatre throws light on the stage of daily life.
Last September, we were surprised by a theatrical revelation: we, who thought that we were living in a safe world, despite wars, genocide, slaughter and torture which certainly exist, but far from us in remote and wild places. We, who were living in security with our money invested in some respectable bank or in some honest trader’s hands in the stock exchange were told that this money did not exist, that it was virtual, a fictitious invention by some economists who were not fictitious at all and neither reliable nor respectable. Everything was just bad theatre, a dark plot in which a few people won a lot and many people lost all. Some politicians from rich countries held secret meetings in which they found some magic solutions. And we, the victims of their decisions, have remained spectators in the last row of the balcony.
Twenty years ago, I staged Racine’s Phèdre in Rio de Janeiro. The stage setting was poor: cow skins on the ground, bamboos around. Before each presentation, I used to say to my actors: “The fiction we created day by day is over. When you cross those bamboos, none of you will have the right to lie. Theatre is the Hidden Truth”.
When we look beyond appearances, we see oppressors and oppressed people, in all societies, ethnic groups, genders, social classes and casts; we see an unfair and cruel world. We have to create another world because we know it is possible. But it is up to us to build this other world with our hands and by acting on the stage and in our own life.
Participate in the “spectacle” which is about to begin and once you are back home, with your friends act your own plays and look at what you were never able to see: that which is obvious. Theatre is not just an event; it is a way of life!
We are all actors: being a citizen is not living in society, it is changing it.
- Augusto Boal


Journée Mondiale du Théâtre – Message international
27 mars 2009

Augusto Boal

« Toutes les sociétés humaines sont spectaculaires dans leur quotidien et produisent des spectacles pour des occasions particulières. Elles sont spectaculaires en tant que mode d’organisation sociale, et produisent des spectacles comme celui que vous êtes venus voir.

Même si nous n’en avons pas conscience, les relations humaines sont structurées de façon théâtrale : l’utilisation de l’espace, le langage du corps, le choix des mots et la modulation de la voix, la confrontation des idées et des passions, tout ce que nous faisons sur les planches, nous le faisons dans notre vie : nous sommes le Théâtre !

Non seulement les noces et les funérailles sont des spectacles, mais le sont aussi les rituels quotidiens si familiers qu’ils n’affleurent pas à notre conscience. Non seulement les grandes pompes, mais aussi le café du matin et les bonjours échangés, les amours timides et les grands conflits passionnels, une séance du sénat ou une réunion diplomatique- tout est théâtre.

L’une des principales fonctions de notre art est de porter à notre conscience les spectacles de la vie quotidienne dont les acteurs sont également les spectateurs, dont la scène et le parterre se confondent. Nous sommes tous des artistes : en faisant du théâtre, nous apprenons à voir ce qui nous saute aux yeux, mais que nous sommes incapables de voir tant nous sommes seulement habitués à regarder. Ce qui nous est familier nous devient invisible : faire du théâtre, c’est éclairer la scène de notre vie quotidienne.

Au mois de septembre dernier, nous avons été surpris par une révélation théâtrale : nous qui pensions vivre dans un monde sûr, malgré les guerres, les génocides, les hécatombes et les tortures qui, certes, se déroulaient mais loin de nous dans des contrées lointaines et sauvages, nous qui vivions en sécurité avec notre argent placé dans une banque respectable ou dans les mains d’un honnête courtier en bourse, on nous a dit que cet argent n’existait pas, qu’il était virtuel, fiction de mauvais goût de quelques économistes qui eux n’étaient pas fictifs, ni sûrs, ni respectables. Tout cela n’était que du mauvais théâtre, une sombre intrigue dans laquelle quelques-uns gagnaient beaucoup et où beaucoup perdaient tout. Des politiciens des pays riches ont tenu des réunions secrètes d’où ils sont sortis avec des solutions magiques. Nous, victimes de leurs décisions, nous sommes restés spectateurs assis au dernier rang du balcon.

Il y a vingt ans, je montais Phèdre de Racine à Rio de Janeiro. Les décors étaient pauvres : des peaux de vache au sol, des bambous autour. Avant chaque représentation, je disais à mes acteurs : « la fiction que nous avons créée au jour le jour est finie. Quand vous aurez franchi ces bambous, aucun de vous n’aura le droit de mentir. Le Théâtre, c’est la Vérité Cachée ».

Quand nous regardons au-delà des apparences, nous voyons des oppresseurs et des opprimés, dans toutes les sociétés, les ethnies, les sexes, les classes et les castes ; nous voyons un monde injuste et cruel. Nous devons inventer un autre monde parce que nous savons qu’un autre monde est possible. Mais il nous appartient de le construire de nos mains en entrant en scène, sur les planches et dans notre vie.

Venez assister au spectacle qui va commencer; de retour chez vous, avec vos amis, jouez vos propres pièces et voyez ce que vous n’avez jamais pu voir : ce qui saute aux yeux. Le théâtre n’est pas seulement un événement, c’est un mode de vie !

Nous sommes tous des acteurs : être citoyen, ce n’est pas vivre en société, c’est la changer. »

Augusto Boal

Augusto Boal

« Toutes les sociétés humaines sont spectaculaires dans leur quotidien et produisent des spectacles pour des occasions particulières. Elles sont spectaculaires en tant que mode d’organisation sociale, et produisent des spectacles comme celui que vous êtes venus voir.

Même si nous n’en avons pas conscience, les relations humaines sont structurées de façon théâtrale : l’utilisation de l’espace, le langage du corps, le choix des mots et la modulation de la voix, la confrontation des idées et des passions, tout ce que nous faisons sur les planches, nous le faisons dans notre vie : nous sommes le Théâtre !

Non seulement les noces et les funérailles sont des spectacles, mais le sont aussi les rituels quotidiens si familiers qu’ils n’affleurent pas à notre conscience. Non seulement les grandes pompes, mais aussi le café du matin et les bonjours échangés, les amours timides et les grands conflits passionnels, une séance du sénat ou une réunion diplomatique- tout est théâtre.

L’une des principales fonctions de notre art est de porter à notre conscience les spectacles de la vie quotidienne dont les acteurs sont également les spectateurs, dont la scène et le parterre se confondent. Nous sommes tous des artistes : en faisant du théâtre, nous apprenons à voir ce qui nous saute aux yeux, mais que nous sommes incapables de voir tant nous sommes seulement habitués à regarder. Ce qui nous est familier nous devient invisible : faire du théâtre, c’est éclairer la scène de notre vie quotidienne.

Au mois de septembre dernier, nous avons été surpris par une révélation théâtrale : nous qui pensions vivre dans un monde sûr, malgré les guerres, les génocides, les hécatombes et les tortures qui, certes, se déroulaient mais loin de nous dans des contrées lointaines et sauvages, nous qui vivions en sécurité avec notre argent placé dans une banque respectable ou dans les mains d’un honnête courtier en bourse, on nous a dit que cet argent n’existait pas, qu’il était virtuel, fiction de mauvais goût de quelques économistes qui eux n’étaient pas fictifs, ni sûrs, ni respectables. Tout cela n’était que du mauvais théâtre, une sombre intrigue dans laquelle quelques-uns gagnaient beaucoup et où beaucoup perdaient tout. Des politiciens des pays riches ont tenu des réunions secrètes d’où ils sont sortis avec des solutions magiques. Nous, victimes de leurs décisions, nous sommes restés spectateurs assis au dernier rang du balcon.

Il y a vingt ans, je montais Phèdre de Racine à Rio de Janeiro. Les décors étaient pauvres : des peaux de vache au sol, des bambous autour. Avant chaque représentation, je disais à mes acteurs : « la fiction que nous avons créée au jour le jour est finie. Quand vous aurez franchi ces bambous, aucun de vous n’aura le droit de mentir. Le Théâtre, c’est la Vérité Cachée ».

Quand nous regardons au-delà des apparences, nous voyons des oppresseurs et des opprimés, dans toutes les sociétés, les ethnies, les sexes, les classes et les castes ; nous voyons un monde injuste et cruel. Nous devons inventer un autre monde parce que nous savons qu’un autre monde est possible. Mais il nous appartient de le construire de nos mains en entrant en scène, sur les planches et dans notre vie.

Venez assister au spectacle qui va commencer; de retour chez vous, avec vos amis, jouez vos propres pièces et voyez ce que vous n’avez jamais pu voir : ce qui saute aux yeux. Le théâtre n’est pas seulement un événement, c’est un mode de vie !

Nous sommes tous des acteurs : être citoyen, ce n’est pas vivre en société, c’est la changer. »

Augusto Boal

E brota-me o poema, em sua memória:

O abridor das portas de gaiolas

Clevane Pessoa -03/05/2009


Uma bola no sobrenome, a terra, o planeta interior,
o mundo dos artistas:"atores somos todos nós",
decreta BOAL, no dia do Teatro Boal.
Percebe a caixas de sufocamento no peito das pessoas
e quer abrí-las, num rasgo de coragem.
Cria oTeatro do OPRIMIDO
cirurgião de gaiolas, arranga os nódulos,
as metástades da opressão
e o ar ganha passagem ,
e Liberdade canta e as pessoas
se sentem livres.
Brincam de angústia e se livram dos medos.
ese libertador, não morrerá jamais.
Uma taça de vinho a esse Homem
unipresente em tantas almas e espaços

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Diret.Reg. do inBrasCi
Vice-Presidente do IMEL(*Instituto ineraõ Latina
Consultora de Teatro.
Representante do Movimento Cultural aBrace

sábado, 2 de maio de 2009

Fome nunca mais - memórias de um sacrifício






O artista e ecologista Severevino Iabá pernanbucano radicado em MG, apresentou, no dia do trabalho (01052009), uma instalação, onde as molduras de suas fotos,sob o tema geral "Fome Nunca Mais- Memórias de Um Sacrifício, têm por moldura, pratos de alumínio.Caixotes vazios de madeira também .
O simbolismo explícito e implícito-que viaja nom boia fria aos humildes pratos onde o "de comer" das famílias carentes é colocado é perfeito!
Nossos parabéns ao amigo , que nos acompanhará no evento PAZ E Poesia dia 17/05/2009, cpom o folguedo BOI ROSADO>


Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Diretora Regional do inBrasCi em belo Horioznte-MG-Brasil

Vice-Diretora do IMEL(Instituto Imersão Latina)

Também em
http://clevanepessoa.net/blog.php)

Leiam o texto pingente de Iabá:


Fome nunca mais - memórias de um sacrifício
No final da década de noventa, inicio do século vinte e um, de norte a sul, de leste a oeste do país, incontáveis manifestações foram às ruas contra a recessão e injustiça social. O eco dessas manifestações, resultou anos depois, em mudanças no cenário político, econômico, social e cultural do país. Hoje, uma década depois, o artista plástico Severino Iabá, que na época participou como artista-cidadão dessas manifestações, traz a público o projeto “Fome nunca mais – memórias de um sacrifício”.

Terça-feira, 7 de Abril de 2009
.


LANÇAMENTO DO PROJETO "fOME NUNCA MAIS - MEMÓRIAS DE UM SACRIFÍCIO" EM CONTAGEM - MG

Dia 1º de maio de 2009 – Praça da Cemig , das 9 às 11 horas - Exposição de uma instalação intitulada "Memórias encaixotadas" composta de 20 caixotes de madeira contendo pratos de alumínios e imagens capturadas pelo artistas em 1999 e 2000.

Dia 15 de maio (sexta-feira) - Galeria do Centro Cultural de Contagem - Exposição de reportagens da época e de uma instalação intitulada "Memórias encaixotadas" composta de 30 caixotes de madeira contendo pratos de alumínios e imagens capturadas pelo artista em 1999 e 2000

Localização: Rua Dr. Cassiano,130, centro de Contagem
Fone: 031- 33525347
Abertura: Dia 15 de maio (sexta – feira) a partir das 19 horas
Visitação: de segunda a sexta – das 9 às 17 horas

Obs. Na cidade de Contagem foi iniciada a Via-crúcis em 1º de maio de 1999. O vídeo, objetos e depoimentos do projeto serão expostos junto com a instalação em exposição prevista para acontecer em Belo Horizonte no segundo semestre de 2009 e em outras cidades do Brasil a partir de 2010.


INSTALAÇÃO "MEMÓRIAS ENCAIXOTADAS" - CAIXAS DE FRUTAS,PRATOS COM IMAGENS DA VIA-CRÚCIS


OUTRAS IMAGENS DA VIA-CRUCIS REALIZADAS NA ÉPOCA QUE FAZEM PARTE DA INSTALAÇÃO, no Portal doaritsta 9endereço ao pé desta página.


Publicada por Severino Iabá, professor,artista plástico e ecologista em 16:18 0 comentários
Subscrever: Mensagens (Atom) Resumo
No final da década de noventa, inicio do século vinte e um, de norte a sul, de leste a oeste do país, incontáveis manifestações foram às ruas contra a recessão e injustiça social. O eco dessas manifestações, resultou anos depois, em mudanças no cenário político, econômico, social e cultural do país.
Hoje, uma década passada, o artista plástico Severino Iabá, que na época participou como artista-cidadão dessas manifestações, traz a público o projeto de arte "Fome nunca mais – memórias de um sacrifício”.
A exposição de arte documental reúne fotografias,vídeos,objetos,depoimentos e reportagens sobre a operação de arte pública “O sacrifício – a via-crúcis do desemprego e da fome” realizada pelo artista nas praças de 15 cidades brasileiras de 1° de maio de 1999 a 1° maio de 2000.
Esta exposição é o cumprimento de uma promessa feita pelo artista no dia 1° maio de 2000 em Brasília –DF, após suas últimas intervenções de arte na Praça dos Três Poderes e ao lado da parada de ônibus onde foi queimado e assassinado o índio pataxó,Galdino Jesus dos Santos, em 1997.
A partir do dia 1° maio de 2009 o propósito do artista é percorrer novamente o país expondo esse novo projeto, se possível, nas mesmas praças das 15 cidades brasileiras onde esteve com a cruz de pratos .








O artista e sua obra
No período de 1º de maio de 1999 a 11º de maio de 2000 realizei o projeto de arte pública “ A Via-crúcis do fome e do desemprego em 15 estações ( 15 cidades brasileiras) com uma instalação intitulada de O Sacrifício” onde através da qual realizei 33 intervenções urbanas em espaços público abertos.

Ao transitar por 13 estados do país, percorri com o trabalho um total de 12.500km de estradas em ônibus entre as cidades de Contagem/Mg e Brasília/DF.Nestas cidades , alêm da montagem da cruz, composta de 136 pratos de alumínio (151 após o aumento do salário mínino ), contendo dentro destes as expressões “demitido” e Não há vagas” . expostos no chão foram captados imagens fotográficas e em vídeos, alem de ter sido tomado depoimentos de pessoas que encontrei pelo caminho.

O espaço público permitiu o contato com a realidade social brasileira através das pessoas das mais variadas procissões e crenças, além das excluídas pelo sistema; tais como desempregados,sub-empregados; mendigos; inclusive um grande número de crianças, mulheres e idosos ( com quem algumas vezes pude dividir minha comida) que perambulavam pelas ruas e praças das cidades. Nesses locais , uma face do país , a da exclusão , foi sendo colocada nas mais variadas reações das pessoas através de comentários, depoimentos, discussões e até manifestações de protesto.

Contrapondo-se a este quadro de “canibalismo social”, gerado pelo capital que incentiva a concentração de renda e a injustiça social, vivenciei situações de solidariedade e alegria proporcionadas por crianças, idosos, trabalhadores, artistas, policiais e mesmo pelos transeuntes mais apressados.

Aliás, acontecimentos inusitados foram uma constância nessa via-crúcis através não somente das atitudes de solidariedade com também de repulsa. Em muitos lugares pessoas participaram da montagem e desmontagem da obra de pratos, ofereceram alimentos, hospedagem, transporte e até colocaram moedas nos pratos com forma mais concreta de ajuda. Em outros locais fui impedido de mostrar o trabalho através de ação de ação fiscal direta, de ameaças de prisão e até pela destruição de formação da cruz de pratos por helicóptero da Polícia Militar em Aparecida do Norte-SP, o que causou tanto a perda de alguns pratos como uma extremada reação de indignação e solidariedade de pessoas que presenciaram o foto.

Ao finalizar esta experiência em Brasília no dia 1º de maio de 2000 percebi que a perspectiva das pessoas com relação ao futuro do país transita na área de desesperança. Nos vários espaços onde estive observei , apesar da indignação geral contra recessão econômica e o governo, o alto índice desemprego e a fome, poucas ações que venham possibilitar um amanhã melhor, já que hoje, é tão confuso, onde vivenciamos um profundo” estado de servidão” mesmo que a grande maioria da população não tenha a menor noção de sua subserviência.

Esse processo não termina aqui. Futuramente, todos os registros de minha experiência serão vistos em livro e numa exposição documental. Espero também, se possível, voltar às mesmas praças e ruas a partir de 2009 para verificar se esta situação de desemprego e fome do povo brasileiro tenha sido minimizado.

Este projeto de arte foi financiado com meus próprios recursos, porem se não fosse o apoio e a presença amiga e solidária das pessoas que fui encontrando pelos caminhos esta operação não teria sido possível.

Severino Iabá

Brasília, 1º de maio de 2000

As 15 estações/cidades
Contagem/Mg (1ªestação – 01.05.99), Belo Horizonte/MG (2ª estação – 01.05.99), Ouro Preto/MG 3ª estação – 14.07.99), Aparecida do Norte/SP (4ª estação – 12.10.99) , São Paulo/SP (5ª estação – 10.12.99), Curitiba/PR (6ª estação – 11.12.99), Fortaleza/CE (7ª estação – 07.0100), João Pessoa/PB (8ª estação – 11.01.00), Recife/PE (9ª estação –14.01.00), Surubim/PE (10ª estação- 15 01.00), Salvador/BA (11ª estação – 20.01.00), Canudos/BA (12ªestação – 22.0100), Goiânia/GO (13ª estação – 01.04.00) , Rio de Janeiro/RJ (14ª estação – 20/22). 04.00) e Brasília/DF (15ª estação-01.05.00).

Jornais da época com matérias da Via-crúcis
O Tempo-MG,Informe-Festival de Inverno de UFMG, o Estado do Paraná-PR, Jornal do Servidor –Betim-MG, Jornal do Comércio –PE, Diário de Pernambuco - PE, Correio da Paraíba-PB, O Povo - CE, A tarde – BA, O Popular - GO , Correio Brasilience-DF, Hoje em Dia –MG Estado de Minas –MG, Folha de São Paulo-SP,O Globo - RJ,AL informa o Assembléia Legislativa- MG







Comentário I
Severino Iabá é um artista mundano. Sua opção estética não se debruça sobre o que é belo ou não, mas levanta questões de ordem social. Ele é um viajante que com seu “ sacrifício” percorreu entre maio de 1999 e 2000 exatos 12.550 km, pousando em 15 cidades de norte a sul do Brasil com sua cruz de pratos. Passados 10 anos desta experiência, Severino retoma seus registros, fotos, vídeos, depoimentos, memória,anotações e ressuscita, tal qual fênix, os ex-votos de sua “Via-Crucis”. Neste novo projeto de exposição agrega valor, cuida para que as imagens não sejam um mero registro de sua andança, mas um renovar de sua aguda e profunda crítica social e a opção por uma arte engajada e franciscana.

( Fernando Perdigão – artista plástico)

Lançamentos do Vídeo, objetos e depoimentos
Serão lançados junto com a instalação em exposição em Belo Horizonte no segundo semestre de 2009 e em outras cidades do Brasil a partir de 2010.

O artista

Severino Iabá, professor,artista plástico e ecologista
Iniciou nas artes plásticas ainda estudante sobre influência dos murais do artista plástico Francisco Brenannd criados em sua cidade natal e no Recife. Na década de 80, tornou-se religioso Marista, dedicando-se as questões educacionais. Na época, participou das “Diretas já” e de outros movimentos sociais, como as manifestações mundiais contra a pesca da Baleia. Como artista, criou escola de arte, participou da formação de grupos de artistas e de várias exposições individuais e coletivas, sendo premiado em salões de artes e selecionado na I Bienal Nacional de Santos com sua instalação “Espatifou-se” em 1991. Depois de residir em Fortaleza, Recife, Natal e João Pessoa, transferiu-se para Belo Horizonte em 1993,onde continuou ligado aos movimentos sociais,culturais e ambientais de Minas. Alguns projetos de arte pública desenvolvidos em Minas Gerais:“ Intercâmbios”, “Terra do Sol, há vida...há morte”, “Valência Básica” “ O sacrifício -via-crúcis da fome e do desemprego”, "Guardiões pelo Chico", “Manifesto das Flores”. Operações de artes em andamento que coordena com a participação de outros artistas:“ Rosas do Mundo”.Contato:severinoiaba@yahoo.com.br ou(31) 91711314
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Fome nunca mais - memórias de um sacrifício
No final da década de noventa, inicio do século vinte e um, de norte a sul, de leste a oeste do país, incontáveis manifestações foram às ruas contra a recessão e injustiça social. O eco dessas manifestações, resultou anos depois, em mudanças no cenário político, econômico, social e cultural do país. Hoje, uma década depois, o artista plástico Severino Iabá, que na época participou como artista-cidadão dessas manifestações, traz a público o projeto “Fome nunca mais – memórias de um sacrifício”.

Terça-feira, 7 de Abril de 2009
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LANÇAMENTO DO PROJETO "fOME NUNCA MAIS - MEMÓRIAS DE UM SACRIFÍCIO" EM CONTAGEM - MG

Dia 1º de maio de 2009 – Praça da Cemig , das 9 às 11 horas - Exposição de uma instalação intitulada "Memórias encaixotadas" composta de 20 caixotes de madeira contendo pratos de alumínios e imagens capturadas pelo artistas em 1999 e 2000.

Dia 15 de maio (sexta-feira) - Galeria do Centro Cultural de Contagem - Exposição de reportagens da época e de uma instalação intitulada "Memórias encaixotadas" composta de 30 caixotes de madeira contendo pratos de alumínios e imagens capturadas pelo artista em 1999 e 2000

Localização: Rua Dr. Cassiano,130, centro de Contagem
Fone: 031- 33525347
Abertura: Dia 15 de maio (sexta – feira) a partir das 19 horas
Visitação: de segunda a sexta – das 9 às 17 horas

Obs. Na cidade de Contagem foi iniciada a Via-crúcis em 1º de maio de 1999. O vídeo, objetos e depoimentos do projeto serão expostos junto com a instalação em exposição prevista para acontecer em Belo Horizonte no segundo semestre de 2009 e em outras cidades do Brasil a partir de 2010.


INSTALAÇÃO "MEMÓRIAS ENCAIXOTADAS" - CAIXAS DE FRUTAS,PRATOS COM IMAGENS DA VIA-CRÚCIS





















OUTRAS IMAGENS DA VIA-CRUCIS REALIZADAS NA ÉPOCA QUE FAZEM PARTE DA INSTALAÇÃO










Fome nunca mais - memórias de um sacrifício
No final da década de noventa, inicio do século vinte e um, de norte a sul, de leste a oeste do país, incontáveis manifestações foram às ruas contra a recessão e injustiça social. O eco dessas manifestações, resultou anos depois, em mudanças no cenário político, econômico, social e cultural do país. Hoje, uma década depois, o artista plástico Severino Iabá, que na época participou como artista-cidadão dessas manifestações, traz a público o projeto “Fome nunca mais – memórias de um sacrifício”.

Terça-feira, 7 de Abril de 2009
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LANÇAMENTO DO PROJETO "fOME NUNCA MAIS - MEMÓRIAS DE UM SACRIFÍCIO" EM CONTAGEM - MG

Dia 1º de maio de 2009 – Praça da Cemig , das 9 às 11 horas - Exposição de uma instalação intitulada "Memórias encaixotadas" composta de 20 caixotes de madeira contendo pratos de alumínios e imagens capturadas pelo artistas em 1999 e 2000.

Dia 15 de maio (sexta-feira) - Galeria do Centro Cultural de Contagem - Exposição de reportagens da época e de uma instalação intitulada "Memórias encaixotadas" composta de 30 caixotes de madeira contendo pratos de alumínios e imagens capturadas pelo artista em 1999 e 2000

Localização: Rua Dr. Cassiano,130, centro de Contagem
Fone: 031- 33525347
Abertura: Dia 15 de maio (sexta – feira) a partir das 19 horas
Visitação: de segunda a sexta – das 9 às 17 horas

Obs. Na cidade de Contagem foi iniciada a Via-crúcis em 1º de maio de 1999. O vídeo, objetos e depoimentos do projeto serão expostos junto com a instalação em exposição prevista para acontecer em Belo Horizonte no segundo semestre de 2009 e em outras cidades do Brasil a partir de 2010.


INSTALAÇÃO "MEMÓRIAS ENCAIXOTADAS" - CAIXAS DE FRUTAS,PRATOS COM IMAGENS DA VIA-CRÚCIS




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No final da década de noventa, inicio do século vinte e um, de norte a sul, de leste a oeste do país, incontáveis manifestações foram às ruas contra a recessão e injustiça social. O eco dessas manifestações, resultou anos depois, em mudanças no cenário político, econômico, social e cultural do país.
Hoje, uma década passada, o artista plástico Severino Iabá, que na época participou como artista-cidadão dessas manifestações, traz a público o projeto de arte "Fome nunca mais – memórias de um sacrifício”.
A exposição de arte documental reúne fotografias,vídeos,objetos,depoimentos e reportagens sobre a operação de arte pública “O sacrifício – a via-crúcis do desemprego e da fome” realizada pelo artista nas praças de 15 cidades brasileiras de 1° de maio de 1999 a 1° maio de 2000.
Esta exposição é o cumprimento de uma promessa feita pelo artista no dia 1° maio de 2000 em Brasília –DF, após suas últimas intervenções de arte na Praça dos Três Poderes e ao lado da parada de ônibus onde foi queimado e assassinado o índio pataxó,Galdino Jesus dos Santos, em 1997.
A partir do dia 1° maio de 2009 o propósito do artista é percorrer novamente o país expondo esse novo projeto, se possível, nas mesmas praças das 15 cidades brasileiras onde esteve com a cruz de pratos .








O artista e sua obra
No período de 1º de maio de 1999 a 11º de maio de 2000 realizei o projeto de arte pública “ A Via-crúcis do fome e do desemprego em 15 estações ( 15 cidades brasileiras) com uma instalação intitulada de O Sacrifício” onde através da qual realizei 33 intervenções urbanas em espaços público abertos.

Ao transitar por 13 estados do país, percorri com o trabalho um total de 12.500km de estradas em ônibus entre as cidades de Contagem/Mg e Brasília/DF.Nestas cidades , alêm da montagem da cruz, composta de 136 pratos de alumínio (151 após o aumento do salário mínino ), contendo dentro destes as expressões “demitido” e Não há vagas” . expostos no chão foram captados imagens fotográficas e em vídeos, alem de ter sido tomado depoimentos de pessoas que encontrei pelo caminho.

O espaço público permitiu o contato com a realidade social brasileira através das pessoas das mais variadas procissões e crenças, além das excluídas pelo sistema; tais como desempregados,sub-empregados; mendigos; inclusive um grande número de crianças, mulheres e idosos ( com quem algumas vezes pude dividir minha comida) que perambulavam pelas ruas e praças das cidades. Nesses locais , uma face do país , a da exclusão , foi sendo colocada nas mais variadas reações das pessoas através de comentários, depoimentos, discussões e até manifestações de protesto.

Contrapondo-se a este quadro de “canibalismo social”, gerado pelo capital que incentiva a concentração de renda e a injustiça social, vivenciei situações de solidariedade e alegria proporcionadas por crianças, idosos, trabalhadores, artistas, policiais e mesmo pelos transeuntes mais apressados.

Aliás, acontecimentos inusitados foram uma constância nessa via-crúcis através não somente das atitudes de solidariedade com também de repulsa. Em muitos lugares pessoas participaram da montagem e desmontagem da obra de pratos, ofereceram alimentos, hospedagem, transporte e até colocaram moedas nos pratos com forma mais concreta de ajuda. Em outros locais fui impedido de mostrar o trabalho através de ação de ação fiscal direta, de ameaças de prisão e até pela destruição de formação da cruz de pratos por helicóptero da Polícia Militar em Aparecida do Norte-SP, o que causou tanto a perda de alguns pratos como uma extremada reação de indignação e solidariedade de pessoas que presenciaram o foto.

Ao finalizar esta experiência em Brasília no dia 1º de maio de 2000 percebi que a perspectiva das pessoas com relação ao futuro do país transita na área de desesperança. Nos vários espaços onde estive observei , apesar da indignação geral contra recessão econômica e o governo, o alto índice desemprego e a fome, poucas ações que venham possibilitar um amanhã melhor, já que hoje, é tão confuso, onde vivenciamos um profundo” estado de servidão” mesmo que a grande maioria da população não tenha a menor noção de sua subserviência.

Esse processo não termina aqui. Futuramente, todos os registros de minha experiência serão vistos em livro e numa exposição documental. Espero também, se possível, voltar às mesmas praças e ruas a partir de 2009 para verificar se esta situação de desemprego e fome do povo brasileiro tenha sido minimizado.

Este projeto de arte foi financiado com meus próprios recursos, porem se não fosse o apoio e a presença amiga e solidária das pessoas que fui encontrando pelos caminhos esta operação não teria sido possível.

Severino Iabá

Brasília, 1º de maio de 2000

As 15 estações/cidades
Contagem/Mg (1ªestação – 01.05.99), Belo Horizonte/MG (2ª estação – 01.05.99), Ouro Preto/MG 3ª estação – 14.07.99), Aparecida do Norte/SP (4ª estação – 12.10.99) , São Paulo/SP (5ª estação – 10.12.99), Curitiba/PR (6ª estação – 11.12.99), Fortaleza/CE (7ª estação – 07.0100), João Pessoa/PB (8ª estação – 11.01.00), Recife/PE (9ª estação –14.01.00), Surubim/PE (10ª estação- 15 01.00), Salvador/BA (11ª estação – 20.01.00), Canudos/BA (12ªestação – 22.0100), Goiânia/GO (13ª estação – 01.04.00) , Rio de Janeiro/RJ (14ª estação – 20/22). 04.00) e Brasília/DF (15ª estação-01.05.00).

Jornais da época com matérias da Via-crúcis
O Tempo-MG,Informe-Festival de Inverno de UFMG, o Estado do Paraná-PR, Jornal do Servidor –Betim-MG, Jornal do Comércio –PE, Diário de Pernambuco - PE, Correio da Paraíba-PB, O Povo - CE, A tarde – BA, O Popular - GO , Correio Brasilience-DF, Hoje em Dia –MG Estado de Minas –MG, Folha de São Paulo-SP,O Globo - RJ,AL informa o Assembléia Legislativa- MG







Comentário I
Severino Iabá é um artista mundano. Sua opção estética não se debruça sobre o que é belo ou não, mas levanta questões de ordem social. Ele é um viajante que com seu “ sacrifício” percorreu entre maio de 1999 e 2000 exatos 12.550 km, pousando em 15 cidades de norte a sul do Brasil com sua cruz de pratos. Passados 10 anos desta experiência, Severino retoma seus registros, fotos, vídeos, depoimentos, memória,anotações e ressuscita, tal qual fênix, os ex-votos de sua “Via-Crucis”. Neste novo projeto de exposição agrega valor, cuida para que as imagens não sejam um mero registro de sua andança, mas um renovar de sua aguda e profunda crítica social e a opção por uma arte engajada e franciscana.

( Fernando Perdigão – artista plástico)

Lançamentos do Vídeo, objetos e depoimentos
Serão lançados junto com a instalação em exposição em Belo Horizonte no segundo semestre de 2009 e em outras cidades do Brasil a partir de 2010.

O artista

Severino Iabá, professor,artista plástico e ecologista
Iniciou nas artes plásticas ainda estudante sobre influência dos murais do artista plástico Francisco Brenannd criados em sua cidade natal e no Recife. Na década de 80, tornou-se religioso Marista, dedicando-se as questões educacionais. Na época, participou das “Diretas já” e de outros movimentos sociais, como as manifestações mundiais contra a pesca da Baleia. Como artista, criou escola de arte, participou da formação de grupos de artistas e de várias exposições individuais e coletivas, sendo premiado em salões de artes e selecionado na I Bienal Nacional de Santos com sua instalação “Espatifou-se” em 1991. Depois de residir em Fortaleza, Recife, Natal e João Pessoa, transferiu-se para Belo Horizonte em 1993,onde continuou ligado aos movimentos sociais,culturais e ambientais de Minas. Alguns projetos de arte pública desenvolvidos em Minas Gerais:“ Intercâmbios”, “Terra do Sol, há vida...há morte”, “Valência Básica” “ O sacrifício -via-crúcis da fome e do desemprego”, "Guardiões pelo Chico", “Manifesto das Flores”. Operações de artes em andamento que coordena com a participação de outros artistas:“ Rosas do Mundo”.Contato:severinoiaba@yahoo.com.br ou(31) 91711314
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Fonte:http://www.portaldofomenuncamais.blogspot.com//

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Generosidade-Vânia Diniz





Quando recebi esse soneto de Vânia Diniz, fiquei comovida e relendo-o hoje, ainda fico.Gosto demais dessa autora, mas ainda mais da pessoa que ela é:digna, fidedigna e generosa.
Publico, para não esquecer.
Clevane Pessoa


Generosidade

Por Vânia Moreira Diniz
Para minha amiga Clevane Pessoa

Quando encontrei tua alma entendi,
O porquê de meu intenso carinho,
Repousei em nuvens densas e vivi
Respirando o ar puro do caminho.

Já podia crer na suavidade e calma,
Observar o por do sol e na vida confiar,
Sentir o pranto suave de minha alma,
E para o ilimitado sem receios olhar...

Lá no infinito já encontrara meu mar,
Segredos misteriosos de generosidade
E em tua essência vislumbrei essa verdade.

Parei ofuscada pelo que transparecia,
Em tua alma profunda energia,
Que em certos momentos me fazia chorar.

Retribuo com uma trova:

Todas violetas do mundo,
para enfeitar teu jardim,
num coração tão fecundo
que também gosta de mim...

Clevane Pessoa para Vânia Diniz, agradecendo o recado quando estive adoentada, sempre generosa, você, cara amiga, sempre amada!


Foto:um de meus vasos de voletas