terça-feira, 17 de março de 2009

Farpas-Clevane Pessoa



Detalhe de desenho de Clevane Pessoa-Bico-de-pena.Preto e branco sobre papel linho.


Farpas...Espinhos nos dedos
Estilhas nos braços...
Arpões nas costas...
Incidentalmente...
Dolosamente...
O medo se instala dolorosamente
E não gostamos de sofrer
Seja o que for
Seja aonde for
A dor causada por qualquer
Alguém...
Farpas no corpo
Farpas na carne
Causam tristes
Pontadas na alma...
Harpas, sons de anjos
Consoladores
Curativos
Carpas nadando no espaço
do sangue nas veias:
Inquietação...
O importante é que dói
Pontadas na alma
Pois são causadas por
Qualquer tipo de dor...
Abraços
Laços
Traços
Trançando arranjos
De Luz, de som, de amor...
Na trajetória de cada história
Cuidado, Cuidado,
Porque o importante
É livrar-se da dor
É não causar dor...
Cuidado, pois
No sofrimento humano
O importante é que
Ninguém que sofrer...
Seja o que for...
Seja qualquer dor...

Belo Horizonte, 31/10/2002 - Para Banda Farpas,
palavra que lembra as que eram enfiadas nas feiticeiras
durante a Inquisição: sob as unhas, no ventre,
no pescoço...no coração!

( Clevane Pessoa)

domingo, 15 de março de 2009

O CANTO DO POETA-WILMA SOARES GYM




Imagens:O card, com Masé , eu e meu cãozinho Lucky, recebi dela.

os créditos das fotos são de Clevane pessoa):ventoinha japonesa em minha varanda, presente da Poeta Neuza Ladeira.Gabriel e Karina, meu filho en nora, presentearam-me com outro similar, mas de outra cor...

Wilma, poeta que mora em Goiânia, é irmã de Masé Soares e são mineirinhas radicadas lá.

Masé faz PPS para nossos poemas, que assim , ganham asas.

Formatou belamente esse poema da mana, que ora hospedo, mas aui, tenho de colocar paenas as palavras e ilustro de forma mais simples.Com meus agradecimentos pelo envio.

Clevane Pessoa

M:Ontem ,14 de março, foi o Dia Internacional da Poesia.


Wilma Soares Gyn


Fala Poeta!...
Sabes bem que não podes calar
sublime missão de tua mente inspiradora.
Que no meio de tempos já distantes,
tivemos em crianças, infância criadora,
queremos então sorrir de lembranças interessantes.


Não esquecer nossas horas divertidas,
das brincadeiras cheias de medo,
para não destruir nenhum dos brinquedos.
Cumplicidade em nossos segredos,
do amor escondido entre folhagens,
e dos beijos roubados, ardentes e selvagens.

É tempo agora pra quem ama e chora,
soltos,livres e aos quatro-ventos,
gritar ao céu, mares e infinito.
Pois um Poeta não chora nem se cala,
sua fala é canto que embala,
noites e dias dos imortais amantes.

Canta, Poeta!

sábado, 14 de março de 2009

Branco x Negro - Mini-conto inspirado em meu conto -Portugal em minha vida e divagações afins







Mar à Noite(fonte-->http://www.porto.taf.net/dp/files/20060901-mar.jpg)


Foto de Terezinha Pereira , que no ano passado mandou poema para o PAZ e POESIA e a quem convidamos para a ação deste ano, dia 26 de abril.E também às sobrinhas que escrevem Poesia.

Ilustração:detalhe de um de meus desenhos apresentados em minha mostra "Graal Feminino Plural"(na Galeria da Árvore,um espaço do Museu Nacional de Poesia-MUNAP-dirigido por Regina Mello- até 02/04, no Parque Municipal Américo Renê Gianetti, em Belo Horiznte, MG-Brasil)

Logo do InBrasCI
__________________________________________________________________

Releituras sempre me intrigaram.Recebi umas belíssimas,de poemas meus, meu amigo virtual/real José Geraldo Neres, logo que comecei a publicar no Portal Palavreiros -e até publiquei algumas em e-books ou livros.Uma tendência hodioerna.Nunca recebera um conto meu, reescrito:o enredo resumido.No ano passado, Rogério Salgado fez o comentário de todos os meus contos de Mulheres de Água ,Sal e Afins, inclusive esse.Perguntou-me por telefone se eu gostara, mandara-me ,gentilmente,a página da "Folha do Padre Eustáquio" - onde faz resenhas.Brinquei com ele , que agora, ninguém mais precisaria ler o livro, tal a minucioca descrição de cada conto, onde comentava princípio, meio e fim.Posso ter essa liberdade com o Poeta, amigo antigo, de quem fui madrinha de casamento.

No caso de meu conto ,"O Labirinto Negro", por ser nodestina, cresci entre as vestes da casa paterna, os alvos e engomados panos - toalhas, colchas-de mamãe, com aqueles labirintos tão cheios de detalhes...Aprendi a fazer crivo na escola, depois com uma professora específica, particular, pois adorava bordar-em "Bicas do Meio", hoje Wenceslau BráS, no Sul de Minas, qaundo eu era normalista em Itajubá.Quando escrevia , às pressas e sem parar, por causa do prazo que escoava-se naquele dia,o conto para o concurso do Racal Clube, à mão, porque ainda não tinha computador e ainda tinha de levar para os olhos verdes de Relva Caroline digitar (uma adolescente encantadora- ela sempre conta-me que despertou para as Letras, de tanto digitar meus livros e textos outros), que depois revisei e foi Eduardo, meu marido zeloso, quem saiu quase à hora da agência de Correio fechar, para enviar, no último dia do prazo, essa história.Enquanto eu escrevia, o insight:em vez do branco pleno, o negro tenebroso.A labirinteira, assim , mostraria a quantas andava sua dor.E para nós ocidentais, o preto é a cor do luto.

Recebi, numa coletânea encadernada o conto ,premiado em primeiro lugar- que me deu um prato de bronze gravados o brasão da região e o agradecimento por minha presença lá (não fui receber o prêmio-e isso é outra história, que já relatei em algum lugar da Internet-- porque o MiNC, a SECMG e a PMBH disseram que o pedido precisava de mais dias-detalhe :a carta que anunciava a premiação acabara de chegar, o que eu explicava, por telefone, em vão ) , mais uma pesada Medalha, com Samora Barros, o Poeta homenageado nos XXIII Jogos Florais do Algarve.Junto da comunicação, viera uma extensa lista de premiados ao longo dos denais concursos -e o Secretário de Cultura disse, à guisa de consolar-me:"afinal, foram tantos os premiados"...Tentei a belotur, o MEC, o MINC...mais is órgãos de cultura ou educaçãp aqui na capital mineira.Muitos parabéns e palavras gentis...Mas eu que sou descendente de Portugueses, ainda sofro o não ter ido:Collor nos sequestrara todas as reservas, filhos estudando, marido engenheiro desempregado, pela primeira vez, desde que se formara...Como ir?O prêmio , meu sonho:conhecer a Zona Medieval de Portugal.

Os amigos e pacientes, mobilizavam-se:uma oferecia um nome amigo em uma agência de turismo.Neta, informavam-me que eu teria de ficar lá mais de uma semana, senão o preço subiria.E o RACAL oferecia três dias em um hotel...Eu teria de pagar mais quatro, se fosse atender às normas de viagem turística segundo a gerente...Uma paciente cuja irmã estivera em portugal, trouxe-me uns escudos "para ajudar", disse-me.Mas o Euro já se instalara...E entre a escola de meus filhos-somente eu trabalhava agora, no HJK, funcionária pública-e fazer um empréstimo para viajar, optei pela desistência...E , no final, uma grande conta telefônica a pagar...

Acho que jamais recuperei-me totalmente desse registro de impossibilidade, porque hoje, ao receber um e-mail, despencaram as lembranças..."O Labirinto Negro", agora habita as páginas de meu primeiro livro de contos, Mulheres de Água, Sal e Afins.Tinha por peso o insighth do branco X o negro.Agora, já deflorado.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes _____________________________________________________-

Terezinha Pereira , escritora da Academia de Letras de Pará de Minas e eu, sempre trocamos e-mails e textos, livros-além disso, suas interessantes sobrinhas pequenas escrevem e mandam-me textos para http://filhotesdeborboleta.blogspot.com
Algumas vezes em que veio a Belo Horizonte, tentamos nos encontrar, mas ainda não deu, por causa de meu trabalho contpínuo, mas uma dia dará certo.
Hoje, abro a caixa de entrada de um de meus endereços virtuais e encontro seu convite a que vá a "Alma Carioca", onde cita meu nome.

Ela acabara de publicar um mini-conto que escreveu e resume um de meus contos premiados, que trago para vocês, com meu comentário:

Querida Terezinha:

Obrigada por citar-me .
Esse meu conto, O Labirinto Negro, foi Prêmio Ex-aequo em Portugal, primeiro lugar nos XXXIIIJogos Florais do Algarve(RACAL Clube), entãp, algumas pessoas me disseram, com os cumprimentos:"não sabia que você escrevi contos de mistério."Isso, por causa do título, dramático:a cor negra imprime sentimentos tenebrosos, às vezes, atávicos.Não se trata porém , de conto de suspense ou literatura fantástica.Muito menos fala de um túnel escuro, a ser percorrido em fuga.Ou de caminhos quais o labirinto de Creta, os jardins ingleses...Conforme você sabe, é a história de um pescador e sua bordadeira.
O labirinto é um bordado minucioso,realizado em grandes bastidores de madeira.Ou pequenos:do tamanho da peça a ser executada.
Mas, no fundo de meu inconsciente -o pessoal e o coletivo, falo do mar.Quase já fui tragada pata um caldeirão, em Fernando de Noronha, pequena ainda.
E na verdade, nós os seres humanos ,temos atavicamente atração e pavor do mar -depende de inde se está:numa praia, em alto mar.O mar abissal, misterioso.
Quando você enviou seu mini-conto,fiquei surpresa de você ter resumido o enredo do meu.Sei que atualmente, usa-se fazer releituras de poemas, mas ainda não lera nehuma de prosa.Reli-o , então, e aprovei, mesmo porque teve a lisura de enviar-me antes. E gosto de seu feitio de escritora.Publiquei-o, lembra, em um de meus blogs(*).A vida que vale a pena é de troca e soma.Assim , um de seus contos, de seu livro "Contemplação", trabalhei-o com minhas alunas de uma oficina de contos, no S.Bernardo-a maioria, pedagogas.Essa aula foi uma sensibilização para as questões de gêneros.Lembrei-lhes que seu protagonista era uma espécie de Scherazade masculino:contava histórias à amada...à beira mar.Essa mesma fascinação que você tem pelo mar, tenho, de forma plena: sou nordestina, embora radicada em Minas e nas vezes que nmorei em cidades marítimas, todos os dias, essas águas lunares e cíclicas traziam um presente diferente à minha alma de poeta e artista. ..
O primeiro leitor que enviar um e-mail, receberá meu livro "Mulheres de Sal, Água e Afins"(Edit.Urbana, RJ/Libergráfica,BH-MG)-onde está o Labirinto .Não tenho muito mais.
Obrigada por conduzir-me até "Alma carioca", onde pretendo escrever um dia, conforme você já me sugeriu algumas vezes.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Embaixadora Univ.da Paz(Cercle de Les Ambassadeus de la Paix-Genebra, Suiça;Orange, França);Diretora Reg.do InBrasCi em BH/MG
E-mail:pessoaclevane@g-mail.com
blog:http://clevanepessoa.net/blog.php

_________________________________________________________________________--

"A página de "Alma Carioca":http://www.almacarioca.net/pontos-negros-na-linha-de-encontro-do-ceu-com-o-mar-terezinha-pereira

Contos-negros-na-linha-de-encontro-do-ceu-com-o-mar-terezinha-pereira

"Como todas as mulheres daquela aldeia à beira-mar, ela tecia rendas com fios de puro branco. Enquanto durava a tecitura, como as outras, ela também ficava à beira-mar. A cada manhã, acompanhava a partida dos homens da aldeia _ pais, maridos, noivos, filhos_ que saíam em busca do sustento do lar. Ao entardecer, com belos rendados nas mãos, as mulheres da aldeia se emocionavam com o surgir de pontos escuros lá na linha do horizonte. Eram minúsculos pontos que iam crescendo e tomando forma de barcos. Um momento de grande júbilo, a chegada dos homens com seus barcos cheios de peixes ou não.

Nesse dia, ela amanhecera radiante como o nascer do sol na linha do mar. Havia vivido a mais bela noite de amor com aquele com quem em breve iria se casar. Com mãos ágeis, riso solto, passou o dia a tecer uma renda de ponto raro. Seria a veste da noite de núpcias. O tempo passou ligeiro. Logo veio o momento de olhar lá no distante do mar. Os pontos a surgir. Aos poucos, cada um tomou figura de barco com seus barqueiros. Mas…….. E o barco do noivo? Pelo olhar dos que chegavam, ela sentia o que ocorrera.

Passados dias e dias de murmúrios e lágrimas na solidão de sua casa, ela mandou vir da cidade uma porção de rolos de linha negra. Renda negra? Os da aldeia lhe indagavam. Calada, com as outras mulheres da aldeia, ela continuou a tecer à beira-mar. Dessa vez, com fios de puro negro. Algumas conjeturavam que ela ainda estava à espera do noivo, pois não se cansava de olhar o mar. Outras supunham que ela tramava uma peça de roupa de luto, por causa da viuvez.

Quando a renda negra tomou o tamanho de seus vestidos, ela a enrolou em volta do corpo e permaneceu na praia, à espera do silêncio da aldeia. Era numa noite de lua cheia. E, quando a lua estava bem no alto fazendo de prata a espuma das ondas, ela caminhou em direção às águas do mar. Coberta de renda negra e com o mais belo sorriso, como o daquele dia em que o noivo partira para não mais voltar. Pôs os pés na água e caminhou, caminhou, caminhou mar adentro……..até se transformar num pontinho negro lá na linha de encontro do céu com o mar e desaparecer. Para sempre".

***

Inspirado no conto”O labirinto negro”, de Clevane Pessoa Lopes, primeiro lugar no concurso literário “XXIII Jogos Florais do Algarve”, Portugal, 2001, publicado no livro “Mulheres de sal, água e afins”, Belo Horizonte: Urbana, 2006 )
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Publicado por Terezinha Pereira \\ tags: Terezinha Pereira
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3 comentários para “Pontos negros na linha de encontro do céu com o mar - Terezinha Pereira”

Comentários sobre o miniconto:

1. lu dias bh disse:
14 de março de 2009 at 9:43

TT

A vida de quem depende do mar não é moleza.
Quando o pescador parte fica sempre uma interrogação.
Principalmente, nos países pobres com suas deficientes embarcações.
Nunca se sabe quem volta.

Peguei um documentário sobre os pescadores do mares gelados.
Fiquei impressionada com a coragem e o perigo a que são submetidos.
Há pessoas que possuem excesso de adrenalina, que precisa ser gasto com o perigo.

Eu amo o mar, mas ao mesmo tempo ele me amedronta.
Meu sentimento é ambivalente em relação a ele.

O seu conto está lindo e comovente.
Parabéns!

Grande beijo,

lu

Resposta
2. Terezinha disse: 14 de março de 2009 at 10:44

Lu~,

quando li o conto “O labirinto negro” de Clevane Pessoa, identifiquei-me com ele. Escrevi este mini-conto e o enviei a ela, que o aprovou.

Eu já havia escrito alguns contos que me remeteram ao dela.Essa coisa do ir ao mar a cada manhã e nunca saber se vai voltar…….. Isso mexe muito com a gente.

O mar também me fascina e me amedronta.

Obrigada pelo comentário."

____________________________________________________________________

Beijos,

TT

Resposta
3. Hila Flávia disse: Reply to this comment
14 de março de 2009 at 11:22

Ai, Terezinha, que tristeza! Seu conto teceu em meu coração uns pontos que sangraram. Que coisa dolorosa é a não volta, o não retorno, o não mais ver. Só mesmo indo atrás.

Resposta
4. Clevane Pessoa de Araújo Lopes disse:
14 de março de 2009 at 13:08

Querida Terezinha:
Obrigada por citar-me .
Esse meu conto, O Labirinto Negro, foi Prêmio Ex-aequo em Portugal, primeiro lugar nos XXXIIIJogos Florais do Algarve (RACAL Clube), entãp, algumas pessoas me disseram, com os cumprimentos:”não sabia que você escrevi contos de mistério.”Isso, por causa do título, dramático:a cor negra imprime sentimentos tenebrosos, às vezes, atávicos.Não se trata porém , de conto de suspense ou literatura fantástica.Muito menos fala de um túnel escuro, a ser percorrido em fuga.Ou de caminhos quais o labirinto de Creta, os jardins ingleses…Conforme você sabe, é a história de um pescador e sua bordadeira.
O labirinto é um bordado minucioso,realizado em grandes bastidores de madeira.Ou pequenos:do tamanho da peça a ser executada.
Mas, no fundo de meu inconsciente -o pessoal e o coletivo, falo do mar.Quase já fui tragada pata um caldeirão, em Fernando de Noronha, pequena ainda.
E na verdade, nós os seres humanos ,temos atavicamente atração e pavor do mar -depende de inde se está:numa praia, em alto mar.O mar abissal, misterioso.
Quando você enviou seu mini-conto,fiquei surpresa de você ter resumido o enredo do meu.Sei que atualmente, usa-se fazer releituras de poemas, mas ainda não lera nehuma de prosa.Reli-o , então, e aprovei, mesmo porque teve a lisura de enviar-me antes. E gosto de seu feitio de escritora.Publiquei-o, lembra, em um de meus blogs(*).A vida que vale a pena é de troca e soma.Assim , um de seus contos, de seu livro “Contemplação”, trabalhei-o com minhas alunas de uma oficina de contos, no S.Bernardo-a maioria, pedagogas.Essa aula foi uma sensibilização para as questões de gêneros.Lembrei-lhes que seu protagonista era uma espécie de Scherazade masculino:contava histórias à amada…à beira mar.Essa mesma fascinação que você tem pelo mar, tenho, de forma plena: sou nordestina, embora radicada em Minas e nas vezes que nmorei em cidades marítimas, todos os dias, essas águas lunares e cíclicas traziam um presente diferente à minha alma de poeta e artista. ..
O primeiro leitor que enviar um e-mail, receberá meu livro “Mulheres de Sal, Água e Afins”(Edit.Urbana, RJ/Libergráfica,BH-MG)-onde está o Labirinto .Não tenho muito mais.
Obrigada por conduzir-me até “Alma carioca”, onde pretendo escrever um dia, conforme você já me sugeriu algumas vezes.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Embaixadora Univ.da Paz(Cercle de Les Ambassadeus de la Paix-Genebra, Suiça;Orange, França);Diretora Reg.do InBrasCi em BH/MG
E-mail:pessoaclevane@g-mail.com
blog:http://clevanepessoa.net/blog.php
http://clevanepessoaeoutraspessoas.blogspot.com




(*) Terezinha pereira:"Terezinha Pereira, professora, contadora de histórias, escritora, reside em Pará de Minas/MG - Brasil. Começou a escrever em 1988, influenciada pelo pai, por dona Amélia, uma de suas professora do curso primário e por todos os autores que a encantaram com seus textos que começou a ler aos 6 anos de idade.
Publicou três livros: "Em confidência", romance, Belo Horizonte: Mazza , 2000; "A Última folha", tradução, São Paulo: Cone Sul, 2001 e "Se uma pianista numa noite branca..."-contos"(...)
Fonte:http://www.portalcen.org/bv/terezinha/terezinha.htm

Prefaciei seu e-book infantil

sexta-feira, 6 de março de 2009

Graal Feminino Plural-mostra e expressões de amizade.









Algo bom é ser auxiliado por amigos verdadeiros.
Na quinta feira(05/03) fomos fazer a montagem de minha mostra, Mulher:Graal feminino Plural, lá na Galeria da Árvore, onde tudo é lindo, porque há verde em toda parte, bouganvilles, quase em frente fica o laguinho onde a estátua da Mãe Mineira, que representa um tão grande contigente de mulheres, impera soberana.

A placa de entrada , com o nome do espaço,é leve porque transparente e translúcida-veja acima.

A Galeria da Árvore é uma das ramificações do Museu Nacional da Poesia, um museu moderno, itinerante, que pode ocupar qualquer espaço, mas que encontrou, dentro do parque Municipal Américo Renê Gianneti, dois lugares propícios.Um , na Praça dos Fundadores, onde a diretora Regina Mello realiza mensalmente, o Sementes de Poesia-que reúne um bom número de poetas e amantes da Poesia, para leitura e declamação de versos, de crianças a adolescentes, de jovens a adultos, destes a idosos.

Quando Regina a visou-me , no ano passado, de que eu apresentaria minha mostra em março, fiquei muito feliz.Logo depois, soube que os meus desenhos deveriam ser transformados em banneres, por ser o local aberto.
E Marco Llobus, o fiel amigo, passou dias a diagramar, formatar, medir, clacular.

Quando o trabalho chegou da da gráfica, gostei e liguei para ele que, de imediato, prontificou a ajudar na intalção dos mesmos.Regina queria estar presente, pois é a curadora e como sexta, , hoje, tem um outro evento, marcou-se para a quinta.

Depois que estávamos lá, chegou o Claudio Márcio Barbosa- somos todos Poetas del Mundo (Cônsules) e pertencemos a várias entidades, então ali estavam representados várias;além da cita,o Instituto de Culturas Internacionais (InBRasCi), o Movimento Cultural aBrace, o IMEL(Onstituto Omersão Latina,a ONE,ALPAS XXI,AVSPE, a ADL, a ALI, a AFEMIL,a AVBL, CBLP, a rede Catitu,a ONG ALô Vida,o Cercle de les Ambassadeurs Univ.de la Paix (Genebra, Suiça) , o CBLP,a ATRN, e outros, ou seja, a cada vez que nos posicionamos , nos apresentamos, a seriedade de representar entidades ou a elas estar afiliados, é muito grande.

E depois de tudo ajeitado, Regina foi para a Guignard e nós para o Bar e Café Arrumação (do Saulo Laranjeira), aproveiranto para amarrar algumas ações prévias para o evento Paz e Poesia, que neste ano, será em abril.

Aguardo e a agradeço quem puder comparecer, pois há um evento outro,d e mesma data e horário, onde estarão alguns de nossos amigos, mas no domingo, também haverá um encontro em homenagem à mulher, das 10 ao meio dia, no Sementes de Poesia, Praça dos fundadores, com lançamentos de livros de autores vários e as pessoas ao microfone dando seu recado poético.

Também sou grata pelo convite de Regina Mello, e a quem divulgou o Graal Feminino Plural.Mesmo com meu trabalho perene de divulgação cultural, ainde fico tocada quando divulgam algo meu.De verdade.Alguns sites pela Mulher e de questões de gênero, pediram os desenhos e poemas,a poeta, advogada e jornalista Elisabeth Misciasci fez uma bela divulgação em seus blogs e na Revista Imprensa zaP, o jornal Aldrava virtual colocou a nota em destaque, Everi Carrara, também no Jornal Telescópio, o Aretá Educar, o Portal Mhário Lincoln, o blog do IMEL(leia-se Brenda Mars) enfim , depois vou publicar a lista, para registro.

Neuza Ladeira liga-me que levará salgados para o café que se oferece.Uma amiga muito solidária, sempre - de quem tenho a honra de prefaciar "Os comedores de Sonhos'.

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Leiam Telescópio, onde sempre solidário poeta Everi Carrara, Cônsul de Poetas del Mundo, tanto divulga artes e literatura.E, na agenda, coloca minha mostra Graal,Feminino Plural (na galeria da Árvore, Parque Municipal-belo Horizonte, 07/03/2009, às 15 horas, com recital e depois café....

A continuação será do domingo (08/03/2008), onde lerei poemas inéditos: para minha alegria (e surpresa!) serei a Poeta homenageada.

Também Ana da Cruz e poetas cadastrados no Mural dos escritores, que aqui residem , deverão aparecer. vamos aproveitar para estreitar laços.

Parque Municipal Américo René Gianneti

Praça dos fundadores

Das 10 ao meio dia.

O evento, na data do Dia da Mulher, terá lançamentos de livros de autores de Belo Horizonte.Levarei alguns para sortear, apareçam!

Clevane Pessoa

Na foto, montagem da mostra, hoje à tarde, com a presença da curadora, Regina Mello e Marco Llobus, que criou os banneres com meus desenhos e poemas.

Claudio Márcio Barbosa também apareceu para dar seu apoio.

Estaremos à sua espera!

Ajude-nos na divulgação, se for possível!

Clevane


---------- Forwarded message ----------
From: Everi Carrara
Date: 2009/3/5
Subject: CLEVANE PESSOA/GRAAL FEMININO NA AGENDA TELESCOPIO
To: Araujo Heitor , pessoaclevane , andreia leal , Regina Mello , Brenda Marques Pena , "clesi. ipatinga"


oi pessoal

tem CLEVANE PESSOA/GRAAL FEMININO em http://telescopio.vze.com
no menu clique em AGENDA

abçs do everi rudinei carrara

CLEVANE PESSOA

Clevane Pessoa de Araújo Lopes [Cônsul - Z-C-Belo Horizonte-MG]
MULHER[ES]
Mulher menina,
mulher felina,
mulher de malandro,
mulher de escafandro,
camioneira, lavadeira,copeira
garçonete,femme, fêmea,
woman,cientista,ilusionista,
lavradora,pintora, professora...
Mulher apenas, fruto de penas,
falenas,grandes ou pequenas...
Mulheres intuitivas,
mulheres esquivas,
atiradas, sobrecarregadas,
apaixonadas, bem
e mal-amadas...
Transparentes, intransigentes,
ardentes,inconseqüëntes,
tortas e direitas, certas
e erradas,
sempre valentes,
mesmo se parecem acovardadas...
Mulheres loucas, nlouquecidas,
redentoras, redimidas, provedoras,
analfabetas, doutoras
donas de casa, donas de nada,
patroas e empregadas,
mucamas ou sinhás no tempo antigo,
balconistas, artistas,
executivas,executadas,
livres e aprisionadas,
vítimas e agressoras,
agressivas, esquivas,
tímidas e rapaces,
pessoas com necessidades de enlaces,
pessoas fugindo da raia,
voando, se libertando,
chegando, partindo...Ah que lindo ser MULHER,
todas mulheres em MIM
gritam sonâncias, relembranças, momentos,
emprestam suas vivências,
sussurram segredos,
explicam receitas,
sangram, riem ou choram...
Tenho um átimo de cada mulher
do Mundo nas minha feições,
na minha alminha,
essa adulta sempre menina,
essa criança sempre madura,
erotíssima e tão pura...
Todas cantam e choram em meu self,
pois todas nós estamos nas demais
em traços infinitesimais
-e nenhum homem parece
entender a prece
que em uníssono entoamos
umas pelas outras, sempre...

Poética de Clevane Pessoa dia 07 de março
“Graal: feminino plural”"A artista plural e escritora Clevane Pessoa, é a convidada do Museu Nacional da Poesia (MUNAP) e Fundação de Parques Municipais de BH para apresentar sua poética na Galeria da Árvore - um singular espaço de convivência artística - sob a curadoria de Regina Mello no Parque Municipal Américo René Giannetti.Clevane traz o “Graal: feminino plural” em homenagem ao dia internacional da mulher. Com delicados desenhos carregados de força e emoção a artista discute a pluralidade e a poética feminina. Expõe desenhos inéditos combinados com poemas também de sua autoria. Na abertura, bate papo com a artista, participação especial de Luciana Campos e Karina Campos com leitura dos poemas e o nosso tradicional café da tarde. Clevane Pessoa é psicóloga, jornalista, poeta e ilustradora ,dedicada a promover a paz no mundo, colabora com o MUNAP, divulgando poetas e construindo uma rede de amigos do Museu".
(Regina Mello)
Postado por telescopionegro às 04:15

quinta-feira, 5 de março de 2009

Itália:concursos de desenho e literatura

CONCORSO DI DISEGNO A QUATTRO ZAMPE
bandito dall'Associazione 'Egris & Co.' di Spinea (VE)

TEMA DA SVILUPPARE: 'Mi manca solo la parola'. Disegna un amico a quattro
zampe per sensibilizzare il mondo umano sulla questione delle adozioni degli animali.

Le opere dovranno essere inviate all'indirizzo egriss@alice.it entro e non oltre il 15 giugno 2009.

Copia integrale del bando è visibile anche sul sito Internet dell'Associazione Egris & Co. di Spinea http://www.egris.it nella sezione EVENTI.
347-5320046

Un Monte di Poesia quarta edizione
con il patrocinio della provincia di Siena

organizzato da
Pro Loco Abbadia San Salvatore, Assessorato alla cultura comune Abbadia San Salvatore, associazione culturale Accademia V. Alfieri

Sezioni: tema libero (adulti), tema la montagna, tema libero giovani.

Per info scrivere a email: atondi@terreditoscana.net o per telefono: 0577 778324

Scadenza iscrizione: 30 giugno 2009

XV Trofeo RiLL - Il Miglior Racconto Fantastico

Le iscrizioni sono aperte sino al 20 marzo 2009.

Per ulteriori informazioni:

Trofeo RiLL, presso Alberto Panicucci, via Roberto Alessandri 10, 00151 ROMA;

e-mail: trofeo@rill.it

URL: http://www.rill.it

(è on line anche un’ampia pagina di FAQ sul regolamento)

NIENTE GUERRE - POESIA CONTRO OGNI VIOLENZA VIII EDIZIONE – 2009

NIENTE GUERRE - POESIA CONTRO OGNI VIOLENZA
VIII EDIZIONE – 2009

Non è richiesta alcuna quota di partecipazione o tassa di lettura.
È gradito un contributo libero per la copertura delle spese di realizzazione e invio a tutti i partecipanti del
volumetto che verrà stampato per l’occasione. Se il materiale non sarà sufficiente per una pubblicazione
autonoma, i testi più interessanti verranno pubblicati sull’aperiodico Il Foglio Clandestino.
Per i contributi usare il conto bancoposta n. 37 47 62 07 con IBAN IT43 J076 0101 6000 0003 7476 207
intestato a Gilberto Gavioli.

I testi devono pervenire entro il 31 luglio 2009 ed essere inviati, con rif. Nienteguerre, a:
_ Casella Postale n. 67 – 20099 Sesto San Giovanni (Mi)
_ Indirizzo mail: poesia@edizionidelfoglioclandestino.it

www.ilfoglioclandestino.it
www.edizionidelfoglioclandestino.it

____________________________________________________

RIEN GUERRES - POÉSIE CONTRE CHAQUE VIOLENCE VIII ÉDITION - 2009 Elle n'est pas demandée certaine cote de partecipation ou de taxe de lecture.

Il est aimé une contribution libre pour la couverture des frais de réalisation et un envoi à tous les participants du petit volume qui sera imprimé pour l'occasion.

Si le matériel ne sera pas suffisant pour une publication autonome, les témoins plus intéressants seront publiés sur l'aperiodico la Feuille Clandestine.

Pour les contributions employer le compte bancoposta n. 37 47 62 07 con IBAN IT43 J076 0101 6000 0003 7476 207 intestato a Gilberto Gavioli. Les témoins doivent parvenir dans le 31 Juillet 2009 et être des envoyés, avec rif. Nienteguerre, à : _ Case Postale n. 67 - 20099 Sixième San Giovanni (Me) _

J'adresse courier : poesia@edizionidelfoglioclandestino.it

www.ilfoglioclandestino.it www.edizionidelfoglioclandestino.it
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NOTHING WARS - POETRY AGAINST EVERY VIOLENCE VIII EDITION - 2009 Some quota participation or tax reading is not demanded. It is appreciate a free contribution for the cover of realization expenses and shipment to all the participants of the small volume that will come printed for the occasion. If the material will not be sufficient for an independent publication, the witnesses more interesting will come published on aperiodic the Clandestine Sheet. For the contributions to use the account bank post n. 37 47 62 07 with IBAN IT43 J076 0101 6000 0003 7476 207 intestate to Mr Gavioli Gilbert( Gilberto Gavioli)).

The witnesses must reach within the 31 July 2009 and be sent, with rif. Nienteguerre, to: _ Post office box them n. 67 - 20099 Sixth Saint Giovanni (Me) _ Address mail: poesia@edizionidelfoglioclandestino.it www.ilfoglioclandestino.it www.edizionidelfoglioclandestino.it

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NADA de GUERRA - POESIA DE ENCONTRO a CADA VIOLÊNCIA VIII - 2009

não é exigida qualquer participação da quota.

É apreciada uma contribuição livre para as despesas e de expedição da realização a todos os participantes do volume pequeno que virá impresso para a ocasião.

Se o material não for suficiente para uma publicação independente, os textos mais interessantes serão publicado em periódico "Folha Clandestina".

Para as contribuições : depositps para N. 37 47 62 07 com IBAN IT43 J076 0101 6000 0003 7476 207 sem testamento a Gavioli Gilbert.

Os trabalhos devem ser enviados até 31 julho 2009 e ser emitidas, com a refer~encia:"Nehuma Guerra"(Nienteguerre), para:

Caixa Postal N. 67 - 67 – 20099 Sixième San Giovanni (Me), endereçado a Gilberto Gavioli

E-mail: poesia@edizionidelfoglioclandestino.it

Site:

www.ilfoglioclandestino.it
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O Homem Que Amava As Avezinhas-Clevane Pessoa-Concurso Domist

Muitas vezes, procuramos textos nossos publicados em sites ou blogs e não os encontramos mais.
Doravante, vou procurar o que anda meu por aí e postarei alguma coisa neste blog.
Agora, o conto "O Homem Que Amava as Avezinhas" e a página do DOMIST (site literário italiano*)onde exibem os resultados da seleção --->http://www.domist.net/portoghese/concurso/concursliterario.htm


Esse concurso foi em 2005(seleçãp de maio)

O HOMEM QUE AMAVA AS AVEZINHAS

( Clevane Pessoa de Araújo Lopes BRA )











O homem que cuidava dos pássaros está em um hospital público, não andar psiquiátrico. É professor, poeta, cronista, em qualquer ordem. Até noutro dia, cuidava de pássaros que caíam feridos num comitê político onde ia todas as tardes, escrever textos para ganhar uns míseros trocados do candidato a alguma coisa, por certo, não a cuidador do povo.

Esse homem que respira seu próprio prana de poesia pura, estava endividado. Tomava dinheiro emprestado, a juros, daqui, para pagar ali. Na verdade, queria saldar a dívida com seu editor. Escreveu suas experiências sobre estudante que foi preso-embora não torturado-na Ditadura Militar. Era o ano de 2004, dirão mais tarde e fazia quarenta anos que o golpe militar acontecera.

Depois da noite de autógrafos, saía diariamente com sua pesada pasta e ia tentar vender seus livros.

Muitas vezes, gastava mais que se tivesse ficado em casa: era preciso requiaitr uma mesa onde se encontrasse, pedir uma cerveja ao menos e voltar para casa de táxi.

O homem que gostava de pássaros, chegou a cuidar de um beija-flor. Um dia chegou e a pequena ave havia se recuperado o suficiente para ir embora. Estava acostumado a registros de perda. Apenas pegou uma cadernetinha surrada em sua mente brilhante e anotou mais uma.

A bem-amada, também gostava de pássaros e estava criando um pardal, avezinha da rua que não quer saber de aproximações.mas caíra em seu oitão ainda implume e acabara por aceitar os cuidados. Depois de crescidinho, ficou meio estragado:não andava em bandos, chegava sozinho à procura de pão. E entrava em casa, para acordá-la cedinho, indignado porque ela dormia até mais tarde... Ela havia pendurado um bebedouro desses de flores de plástico. Lavava-o bem e trocava a água, para evitar fungos que fizessem mal ao beija-flor vindo de uma árvore em frente.

O homem que cuidava de pássaros andou meio enciumado,querendo até virar beija-flor, até que ela, meiga/mente, lhe disse que colocara no bichinho o nome dele. Viu naquilo o desejo oculto de cuidar dele, o homem, o que por ora era impossível...

A bem-amada ia viajar e ele sentiu-se sem chão. Se fosse ave, poderia voar, mas não! Então começou a tomar Lexotan, esse remédio enganador, com pinga pura. Queria, com isso, que todos acabassem por saber aquilo que não andava a revelar:que devia muito. Contou a ela, por telefone, que ficara muito humilhado ao tentar tomar novos empréstimos e iam lhe mostrando, na telinha do computador, que ele(ainda)devia aqui e ali...

Ela tentava animá-lo: Hoje, todos que são inadimplentes, não precisam se envergonhar. A culpa é do governo...

O homem que sabia como ninguém cuidar de passarinhos, havia votado nesse Governo e a decepção agravava sua saúde mental.

Ao receber recados de que a mistura fatal-Pinga&lexotan –estava acontecendo, lixando seu esôfago, destruindo o ácido estomacal, obnubilando sua mente embora nunca embotando sua sensibilidade, a amada, sentindo-se agora mal-amada, quando viu que o amor não valia tanto assim nesses casos, avisou-o: ”Pare, senão vc vai ficar de língua de fora”.

Ele queria morrer e a conquistara com a vida de seus olhos e a mágica de seu sorriso... Como ela conviveria com esse contraste, alguém riri um riso tão risonho e em dado momento, procurar o auto-extermínio?

O homem que sabia dar vida a pássaros doentes, não sabe voar, não sabe como sarar porque não morreu e as dívidas continuam. Professor, poeta, cronista, contista, fez da palavra uma bandeira, mas suas palavras literárias não conseguem pagar suas dívidas ou convencer quem quer que seja a lhe emprestar dinheiro para viver com dignidade.

O Governo lhe deve uma idenização pelas experiências durante a Ditadura. Ele tomou as primeiras providências.Pensa nelas enquanto está internado. Entre agudos e crônicos, todos doentes brasileiros que devem algo a alguém. Os donos do Poder terão conhecimento disso?

Um contista, cronista, diretor de revista literária, cronista, articulista, namorante, poeta-em qualquer ordem-está nesse minuto internado em um hospital público. Na ala de psiquiatria. Junto a outros inadimplentes. Faz parte dos que não resistem a pressões de dívidas monetárias. Só o Brasil resiste, capengando. Alguns homens, não.

Sentado na cama ou andando aqui e ali, o homem que nunca deixou as avezinhas sem ajuda, acende seus olhinhos ornitólogos e se alegra:há muito material importante ali, para escrever. Quando sair da internação, já que não lhe autorizaram portar lápis ou caneta, passíveis de se transformarem em armas de auto-extermínio... Um escriba sem suas ferramentas!

Isso enche de esperança o coração da mal-bem-amada, quando fala com ele ao telefone. Se ele reunir interesse suficiente para escrever um livro novo, talvez a Vida lhe estenda os braços. E ele volte a salvar bichinhos alados. Então, no ninho desse coração orvalhado, quebram-se dois ovos. De dentro para fora, e as avezitas começam a piar chamando o homem

para cuidá-las...



Clevane Pessoa de Saraújo

Psicóloga Clínica e Empresarial

Poetisa, contista, ilustradora

casasazuis@yahoo.com.br

Belo Horizonte, MG-Brasil






CONCURSO LITERARIO "PEQUENOS CONTOS"
seleção - maio de 2005



Foi uma seleção difícil, o tempo para entrega, e seleção dos trabalhos, foi curto, não ultrapassando um mês ao todo. Agradeço a Eliude Santana a honra do convite para elaborar este singelo concurso para a página de língua portuguesa do site Domist.net, e ter permitido adicionar mais contos na seleção que antes seria de menor número. Agradeço a confiança depositada em mim, e aproveito para dizer que foi um prazer poder de alguma forma contribuir com este projeto formidável de literatura e paz, para um site que prima pela conectividade, e intercâmbio entre os escritores do mundo.

Foram temáticas e abordagens as mais diversas: regionalismo, ficção científica, drama, solidão, e relações urbanas. Entre pitorescos, singelos, picantes, e poéticos, esta é uma boa mostra de talentos que despontam, que me emocionaram também por saber que o Brasil será mais uma vez bem representado nas Letras, num site lido por diversos países. Grata estou também a todos os que participaram deste evento, e digo: todos os trabalhos que me chegaram, mesmo os que não estão nesta primeira lista, são de muita qualidade e sensibilidade.
TÂNIA BARROS
Domist.net

Seleção para o site literário italiano Domist.net (**)

UMBELINA VIU O UMBIGO DO AVÔ
Aristoteles Rodrigues
O HOMEM MENOS ESTRANHO
Elianne Diz de Abreu
UMA MENINA
Vera Abi Saber
PEQUENO CONTO COLORIDO II
Yeso Agostinho da Costa Júnior


ITALIANO
trad. Eliude Santana
rev. Marco Milani ITA


OMBELINA HA VISTO L’OMBELICO DEL NONNO
Aristoteles Rodrigues


L’UOMO MENO STRANO
Elianne Diz de Abreu


UNA RAGAZZA
Vera Abi Saber


PICCOLO RACCONTO COLORATO II
Yeso Agostinho da Costa Júnior



Todos os selecionados no "concurso de pequenos contos" realizado em maio de 2005, em ordem alfabética:



A FEIJOADA (Conto)
Adriádene Cavalcante Rodrigues - adyady@bol.com.br
Guarulhos, SP. Professora de Português e Inglês, e Assistente de Faturamento.

UMBELINA VIU O UMBIGO DO AVÔ (Conto)**
Aristoteles Rodrigues - tote.rodrigues@terra.com.br
JUIZ DE FORA - MG. Psicólogo

O HOMEM QUE AMAVA AS AVEZINHAS (Conto)
Clevane Pessoa de Araújo Lopes - clevaneplopes@yahoo.com.br
Psicóloga Clínica e Empresarial. Poetisa, contista, ilustradora. Belo Horizonte, MG-Brasil.

PISCES (Ficçao Cientifica)
Dácio Jaegger - dj@predialnet.com.br
Niterói - RJ. Médico Cirurgião Plástico.

EM VINTE PISOS (Conto)
Diego Viana - diegoviana@uol.com.br
São Paulo. Economista/jornalista.

O HOMEM MENOS ESTRANHO (Conto)**
Elianne Diz de Abreu - elianneabreu@terra.com.br
Psicóloga.

O VIOLINISTA E O MAR (Conto)
João de Abreu Borges - liter@terra.com.br
Rio de Janeiro. Músico e poeta.

A INFLUENCIA DA MUSICA (Conto)
Jorge Gerônimo Hipólito - hipolitojgh@terra.com.br
Policial Militar (aposentado). São José do Rio Preto.

AMUO (Conto regional)
Manoel Carlos Pinheiro - agrestino@globo.com
Rio de janeiro - RJ. Analista de Sistemas.

OS LABIOS JUNTOS, NOVAMENTE (Conto)
Leonardo de Moraes - ragazzodifamiglia@yahoo.com.br

PRINCIPE OU LOBO? (Conto)
Renata de Farias Moreira Guimarães - renataguimaraes2002@yahoo.com.br
Advogada, estudante de psicanálise do Círculo Brasileiro de Psicanálise do Rio de Janeiro.

UMA MENINA (Conto) **
Vera Abi Saber - vera.abi@terra.com.br
São Paulo - SP

PEQUENO CONTO COLORIDO II **
Yeso Agostinho da Costa Júnior - yesojr@yahoo.com.br
Niterói - RJ. Cineasta e Designer Gráfico.

* LETTERATURA E PACE - PROGETTO LETTERARIO INTERNAZIONALE

segunda-feira, 2 de março de 2009

Eliane Velozo comenta um carnaval diferente

Belo Horizonte, 02 de março de 2009



Amigos e amigas,



Parece que, finalmente, o ano vai começando...

começando...

começando...

já que somente começamos após o carnaval e esta é a primeira segunda-feira do ano!



Como sempre, estou indo e vindo.



Acabo de chegar de meu feriadão carnavalesco que durou uma semana inteira, de sábado a sábado, em São Gonçalo do Rio Preto/MG.



Adorei!



O Parque Estadual do Rio Preto é assim chamado porque o rio que lá tem suas nascentes é de leito muito escuro.



A cidade, é um “reduto” de comunidades negras, que, de alguma forma, não falam do período escravocrata.

Nela as casinhas são todas coloridas.

Lindas!!!



A principal cachoeira do Parque Estadual do Rio Preto tem o nome de “cachoeira do crioulo” e abriga, escondido sob suas águas, entre as pedras um enorme salão onde poderiam “viver” até uma centena de pessoas. (parece ter sido um quilombo, mas ninguém fala sobre isso - história escondida?)



Conheci mulheres maravilhosas, de corações refinados, comida gostosa, boas falas e muito carinho para com os visitantes.



No carnaval, praticamente se ouve somente “músicas” de apelos ao consumo de bebidas alcoólicas (tipo: “beber, cair levantar” e beber de novo)... e à sacanagem sexual, mas na cidade temos a vantagem de ser proibido som “automotivo” (que inferniza a maior parte das cidades brasileiras).



Eu curti bastante.

Fiz fotos e caminhadas, tomei banhos de rio e de cachoeiras.



Na viagem de volta, prestei muita atenção ao passar pelos rios: Preto, Manso, Jequitinhonha, Baraúna e das Velhas, além de vários córregos e ribeirões que encheram de prazer meus olhos e coração.



Agora, RE-começando o ano, espero que todos tenham aproveitado o período carnavalesco.



Axé.

Eliane Velozo