domingo, 7 de outubro de 2007

Rede Catitu em Minas Gerais, a resgatar tradições.







Sobre as fotos (flashs de Marco Llobus, exceto ,é óbvio,a própria fotografia)

A viola ,presenteada por Artur Bernardes ao Senhor Guiga, é carinhosamente preservada pela família.


Os Griôs e os Cavucos, da Serra do Cipó, projeto levado por Fernando Fabrini e a Rede Catitu, resgatando todo o acervo da cultura mística e folclórisa dos quilombos.


Na aprazível ,secular e bela Lagoa do Nado, estou aqui, no espaço de entrevistas que a rede Catitu intitulou "Clevane Pessoa entre pessoas", entre o Sr.Xisto Guiga ,fotógrafo, violeiro, cantador,e seu filho, o conhecido Celinho Guiga, com formação em música pela UFMG.Os dois e outros memebros da família, mantém toda a tradiçaõ dos bailes da roça, levados pelo patriarca Sr.Guiga, educador, daqueles que ia de fazenda em fazenda, de casa em casa, ensinando aos jovens e às crianças da casa.Nos intervalos, compunha, organizava os bailes, cantava.

Maravilha, essa tradição e o projeto,apoiado pela lei de Incentivo á cultura.





Marco Lobbus, Presidente da Rede Catitu e um dos Cônsules, em Belo Horizonte, de poetas del Mundo.Fotógrafo de aguçada sensibilidade para o cotidiano e o empoderamento das pessoas do interior, das periferias, artistas natos, Llobus é também Poeta,músico, artista plástico e de teatro, enfim, dono de múltiplos dons.Para mim , sei maior dom é ser "O" amigo de seus amigos.
Pela Intenet, Llobus mantém vários jornais virtuais e posters- poemas (faz os meus ,inclusive):Des/Classificados;Poetus;Hus manos;



Com ele, farei o livro-álbum "Poietisas", cujo Projeto foi selecionado pela Prefeitura Municipal.O Memorial da Famíla Guiga, que resgata a historia de uma tradição familiar, obteve o apoio do MINC e se lançou no trabalho de busca.
Há dias, Celinho (Célio Guiga, neto do patriarca) e Marco Llobus foram para o interior de Minas, pela Equipe Catitu, parceira do Projeto Família Guiga, foi buscar raízes e registrar fotograficamente , captar e filmar imagens condizentes com as letras de música.No You Tube, você e encontra , por exemplo, um movie encantador.Foram filmados um moinho, carros de boi.

Pela rede catitu, na Lagoa do nado, estive conversando com os Guiga (Sr Xisto, fotógrafo e violonista e seu filho Celinho, que tem formação musical pela UFMG) e foi uma beleza, ouví-los a interpretar as músicas do professor que levou o baile ao interior mineiro,uma forma de acontecer social e cultural,marcante e singular.


O patriarca foi agraciado e reconhecido pelo Governo Brasileiro, mas, após seu falecimento,apenas a família manteve a memória, embora antigos moradores e amigossempre tenham o que contar, á moda simples da gente interioriana, mas contribuindo, de forma rica e precisa,para que oacervo fosse ampliado.
O Sr>Xisto lembra-se , pequeno, ouvindo seu pai compor e quando íamos à Lagoa do Nado para gravar as entrevistas e sermos fotografados naturalmente, cantou,enquanto dirigia sua KOMBI, várias dessas músicas singelas e pungentes.

Por excelência, os memoriais muito me atraem , pois a história de vida de alguém não deve ser esquecida, em especial, quando foi importante em seu meio, um exemplo a ser rememorado, seguido.

Existe o velho adágio de que o Brasil é um país sem memória.Não é bem assim.Corações e mentes narram fatos, músicos fazem , nas letras, a poesia da histórias pessoais e de outros...Quando a equipe da Rede Catitu entrevistou homens e mulheres idosos, verificaram que ,nos compartimentos do velho computador mental, tudo fica arquivado.Psicóloga, sei que os compartimentos mentais não são estanques e que basta abrir um, que, por associação livre de idéias, vão se desencadeando as vivências, as explicações, as saidades.A memória imediata , no idosos, é mais frágil, para a memória retrógrada é uma bênção - e , por isso, entre indígenas, os anciãos são respeitosamente ouvidos, assim como é preciso ouvir as parteiras, as lavadeiras (no Jequitinhonha, a cantoria dessas, ganhou espaço, discografia, através do trabalho do cantor e psicólogo Carlos Faria ), os barqueiros, os barranqueiros.Os velhinhos do lugar registram as acontecências, em especial depois que sossegam a empolgação juvenil, viram bancos de dados humanos e ainda enriquecem suas histórias com a filosofia de vida, os ditados, as músicas...No Nordeste, por exemplo, é comum que os reprentistas sejam verdadeiros repórteres de sua época.Chega-se a uma praça, a uma praia e lá estão eles, com seus instrumentos e voz forte, narrando fatos políticos, crimes, eventos, de forma metrificada ,rimada e melódica.Em Minas, por exemplo, na Serra do Cipó, os griôs,mestres das sabenças e das curas, são respeitosamente considerados em suas comunidades.Os dramaturgos de taquaraçu, cujo histórico de atividades teatrais, conta que o Teatro começou em um curral, tudoisso e muito mais, vem sendo estudado e vivido, por exemplo , por Fernando Fabrini, ator, autor, que há mais de dezessete anos, faz um belo trabalho artístico e comunitário com esse protagonismo e esses dons.Também o entrevistei longamente - para mim , uma conversa antológica-em "Clevane Pessoa e outras pessoas",um espaço que ocupo a convite da Rede Catitu.

Quero continuar a ouvir a família Guiga, deverei ir à Serra do Cipó e a Taquaraçu, para sentir de perto a beleza desses projetos.

Llobus, fotógrafo que vê a alma e consegue registrá-la, já bateu centenas e centenas de fotos.

Um trabalho de fõlego, para Minas Gerais se orgulhar...E os brasileiros também.Exemplo a ser seguido.


Publicado originalmente por clevane pessoa de araújo lopes em 26/06/2007 às 12h36

http://www.clevanepessoa.net/blog.php

Um comentário:

Rosa Regis disse...

Vou chegando e vou gostando
E deixando o meu comentário
Tentando rimar um pouco
Pois esse é o vocabulário
Que eu uso para deixar
Meu recado e comentar.
Quase sempre. De ordinário.

Não sei se voltarei logo
Mas, prometo, voltarei!
Sempre que tiver um tempo
Disponível, estarei
Fazendo uma visitinha
E deixando uma riminha
Pois, para mim, isto é lei.

Chêro no côco, no meio da fulô! Como dizia minha querida mãezinha. Que Deus a tenha!

Rosa Regis