quinta-feira, 18 de junho de 2009

OPA-Banquete de Idéias- DEBATE WILMAR SILVA/JOAQUIM PALMEIRA




OPA DEBATE WILMAR SILVA/JOAQUIM PALMEIRA

Fotos:ao centro, o poeta Joaquim Palmeira/Wilmar Silva, à sua esquerda, Sebástian Moreno e Laia Ferrari ,Lívia.À esquerda, Rogério Salgado e eu, a meu lado, de chapéu, Rodrigo Starling.

Ontem ,poetas estiveram num encontro muito interessante.


O Leo Magalhãens, do OPA convidou pessoas a debaterem a pessoa e o poeta/editor/performer/ator Wilmar Silva.E/ou Joaquim Palmeira.
do SESC/LACES.

A mim , por e-mail, na véspera, pediram que lesse o ensaio "O Fenômeno Poético Wilmar Silva", que está em meu site do Escritor, no Recanto das Letras, em forma de e-book, feito por Lourivaldo Perez Baçan (http://clevanepessoa.net/blog.php), em outros espaços e também , sem ser em formato de livro virtual, em alguns sites-um deles, a Revista Agulha.

Esse estudo da poesia wilmariana começara antes que eu conhecesse o autor.No meu blog de endereço cito acima, contei ontem como, através de sua esposa Sayonara, cheguei ao poeta.O ensaio é lido por muitas pessoas ,mas aqui em Belo Horioznte, não o vi mencionado sequer.Então, foi uma oportunidade de apresentá-lo.

Ao chegar, vi logo a amiga Bilá Bernardes, Cônsul em Minas de Poetas del Mundo.E com ela cheguei ao belo auditório, espaço moderno num prédio antigo e encantador na esquina da Goiás com S.Paulo.

Lá fui recebida por Rodrigo Starling, guitarrista e vocalista,amigo de meu filho Allez pessoa, contrabaixista- e depois cheguei a Leo (Leonardo Magalhães, promotores do encontro) .

O poeta trouxera a família e já estava com o casal Sebástian Moreno e esposa Laia, ele fez a versão para o espanhol e a revisão foi dela, ambos poetas e performers.A novel edição, ali lançada, de Estilhaços No Lago de Púrpura-pela TROPOFONIA- fizeram nova capa com foto do poeta crucificado-tem o nome de Lágrimas En El Lago de Purpura.

Chegou Humberto de Barros Moreira , que estava , na véspera, nas Terças Poéticas, (que ele sempre acompanha atento e animado, do qual o Wilmar é curador e depois participou das reuniões do Boi Rosado (*)).E ainda, o poeta Luiz Edmundo (do site "Tanto").A seguir, Regina Mello, presidente do MUNAP (*Museu Nacional da Poesia) e o Maestro Andersen Viana.Depois, Jorge Dissonância e , por último, Milton Pontes.Não conheço os demais nomes de presentes.

Um vídeo é passado, para mostrar a cerimônia ritual, onde o ANU, polêmico e inovador livro de Wilmar Silva, é queimado,em Bento Gonçalves, em meio a uma polifônica orquestra de vozes poéticas.Com ele, o casal cito, Brenda Mars e outros.A celulose, o papel, são queimados, mas não a Poesia-essência de um poeta.

No ano anterior, Ademir Bacca, do Proyecto SUR, solicitara que os poetas levassem ao Congresso ,terra de seus Estados/cidades.Wilmar esqueceu-a e então, enterrou um livro-árvore que retornava à mãe terra.Ou um pássaro em condigna sepultura.


Foram então chamados para a mesa,os poetas convidados para motivar o debate, que Leo passara dias instigando , contundente e criativo, por e-mail...

Luzes apagadas, sempre uma quebra de mesmice.Acendidas as nove velas, em três castiçais.Mesa suntuosa, um ar antigo de sociedades lítero/sacras/secretas .Eu que adoro penumbra, sinto-me um gato à vontade com olhos no entorno- e mesmo para ler, pois ,recordo, quando minha mãe mandava que eu fosse dormir, eu lia e escrevia à luz de velas ou de lanternas sob o cobertor-que virava tenda, para não chamar atenção.

Rogério Salgado, que ao tomar a palavra, se disse o primeiro editor de Wilmar -e cuja resenha sobre o livro ANU, foi lida a seu pedido por Rodrigo- falou da antiga amizade ao Wilmar, desde que este, rapaz jovem , chegou do interior para a capital mineira...

Também a autora de O Avesso do Cristal ,Lívia Tucci- que em seu jornal de poesia EXTRA/VIA, publicou-lhe "Çeiva", com desenho de uma das filhas do poeta, Dríade - toma lugar para dourar a mesa.

Ali, já está o jovem e belo casal argentino-embora Sebastián tenha me contada que Laia é de origem espanhola, mas desde pequena viveu em Rosário.Ele é de Buenos Aires.

Gosto de falar sem ler, mas era importante, para o momento, que o ensaio se dese a conhecer.Wilmar e eu,já conversamos sobre um dia publicar esse livro, mas ele é mutatis mutandis -" mudando o que tem de ser mudado" - qual suas ações poéticas.Ainda não o concluí, embora concorde que queira publicá-lo.Por ora, virtual.

Leio qual um leitor desavisado um dos poemas , propositalmente, tendo avisaso antes a Wilmar.Travalínguas de mistérios,mas para mim , lúdico, não descontruído para ser, mas para ser recontruído.No entanto, o poeta , a meu pedido, lê a estrofe/poema completos:metralha as palavras fomenas e sílabas.Pura tropofonia.E então, percebe-se a diferença, entre a palavra escrita e palavra expressa oralmente.

Milton Pontes, aliás o primeiro selecionado para as Terças poéticas, das quais Wilmar é o curador, aparece no escuto e se senta atrás, de repente, fala a respeito do Wilmar, quando se apresenta, entrar numa espécie de transe.Verdade.Depois, acrescento que em transe, mas em trânsito:em meu ensaio , já afirmo que nada no poeta wilmar, é estático.

O mais recente livro-publicado pela anomelivros, de Wilmar- é O SOM DA VOZ DO GATO.O editor usou os belos traços de Iara Abreu, artista visual belorizontina que já expôs os gatos do parque Municipal Américo Renê Gianetti, para ilustrar esse livro...Ao chegar, o poeta contou-me que lançará um novo em breve.Escreve muito bem , saudemos seu filho mais recente...

Bilá Bernardes conta como leu o livro de Wilmar de um hausto -tendo ele contado, depois ,que assim o escrevera.Muitos aplausos para as observações da terapeuta poeta.O Engenheiro Humberto narrou que teve a mesma experiência.Ele acompanha sempre o trabalho de Wilmar Silva.E, amante das letras, lê sua Poesia.

Regina Mello faz suas ponderadas pontuações, Leo e Rodrigo movem os cordeis de nós títeres poetas, a serviço da palavra.

Comenta-se a nudez do poeta em fotos e capas, a mudança de nome para Joaquim Palmeira, Joyce -apresentado no Bloomsday das Terças Poéticas e assuntos mais que afins e outros nem tanto...e aqui transcrevo a própria fala do poeta em entrevista a Rodrigo de Sousa Leão:



" Depois de uma dúzia de livros de poemas – Lágrimas & Orgasmos, Águas Selvagens, Dissonâncias, Moinho de Flechas, Cilada, Solo de Colibri, Çeiva, Pardal de Rapina, Anu, Arranjos de Pássaros e Flores, Cachaprego, Estilhaços no lago de Púrpura -, além de performances híbridas na dança do corpo e da voz, acabei no emaranhado de um nó, ou um suicídio ou um abandono, que signifique começar a minha vida de poeta. Deixei de assinar Wilmar Silva com a morte de meu pai, um lavrador que viveu toda a vida com as mãos na enxada, e nasceu o meu nome original, Joaquim Palmeira. Talvez seja mesmo difícil no mundo de entender por que um poeta abandona o seu nome de batismo e passa a assinar o nome original. Joaquim Palmeira é um ladrão de Wilmar Silva, um cachorro de mil bocas. Portanto, com Joaquim Palmeira, entendo Wilmar Silva em memória, acabou, e acabou tarde porque nasci em 1965, e tudo o que consegui sendo o poeta e performer Wilmar Silva não é suficiência para o meu desejo-desespero ao mostrar a minha experiência de artista. Portanto, é um começo ou re. Mas não pedirei a ninguém que esqueça o poeta Wilmar Silva, apenas não sou mais o poeta Wilmar Silva. Sou Joaquim Palmeira."
(Fonte:http://www.cronicascariocas.com/oise_Joaquim-Palmeira_0001.html)

Mas tendo terminado, permanece ainda um mar de indações sobre a singularidade autoral que é Joaquim/Wilmar, em qualquer ordem.

Em geral, gosto de falar sem ler, mas , nesse caso específico, fui convidada a fazer a leitura do ensaio , que é longo, mas tentei dar um tom coloquial e pontuar
o texto, apara atender ao pedido dos organizadorees (que pediram-me para ler o e-book.Gostei repito, de que ele pudesse ser mais conhecido).

Bilá Bernardes acaba de enviar-me as fotografias acima, pelo que, penhoradamente, agradeço;

E recomendo que poetas passem a participar dessas ações do OPA.Além da mesa à luz de velas, com ps expositores de idéias pessoais sobre o autor, os presentes acomodam-se em uma meua lua de poltronas, e podem participar livremente.Conforme acentuou Rodrigo, apenas, não caberiam tantas cadeiras -ou não seria funcional, no palco.

Clevane pessoa de Araújo Lopes

Diretora Regional do inBRasCi em Belo Horizonte.

Hoje, por e-mail, fico sabendo que o Poeta e jornalista Gabriel Impaglione , de "Isla Negra", publicou o ensaio e recebo um delicado e precioso e-mail de Regina Mello, diretora do MUNAP(Museu nacional da Poesia, sempre gentil e grande companheira):

"Querida Clevane,
eu nao poderia ir dormir sem antes te dizer que voce foi brilhante no banquete de ideias.
Parabéns! Voce estava perfeita! Adorei te ouvir! Obrigada por vc existir!
Durma em paz e com os anjos.
te adoro!
beijos

Regina Mello"


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Recadinho:
No dia 27 de junho,no dia do aniversário de Guimarães Rosa, o Boi Rosado vai realizar uma festa junina, em homenagem ao escritor, no Parque Municipal-ao lado do teatro Francisco Nunes.Humberto Moreira, que conhece música de aboio e ciranda, vai cantar versos de Guimarães Rosa.

Os poetas interessados em participar de um varal de poesia,poderão enviar poemas até 30 linhas, de qualquer gênero, sob o tema geral de um dizer roseano:"o sertão é do tamanho do mundo" .Isso, avisou-me Severino Iabá, que com Eliane Veloso , pernambucana qual ele, trouxeram esse folguedo de suas raízes nordestinas , para Minas Gerias.

A concentração para ensair as músicas e a quadrilha, será na Praça dos Fundadores.A direção do parque , empresta apoio ao evento.

Os participantes deverão comparecer vestidos a caráter.

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