segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

In-Lazarus




Fotos*dos*Anos*60:Redação*da*Gazeta*Comercial
De
vezemquandol,gostodeiraoblogdeLázaroBatreto,paraencontrardadosdeminhaprópriahistória.
Em2007,eleescrevesobreWagnerCorreadeAraújoeeu,"editoresdesuplementosliterários.

Oendereçoé:http://lazarobarreto.blogspot.com/2007_06_01_archive.html

Sábado, Junho 30, 2007
Memórias Literárias

MEMÓRIAS LITERÁRIAS - Lázaro Barreto.

A revista literária POEMA CONVIDADO, editada por Terezinka Pereira (University of Colorado – Dept. of Spanish & Port. , Boulder, Colorado, 80302 USA), faz no número 16 de março de 1976 a reprodução de uma carta que mandei à Terezinha, na página 10, acompanhada da resposta:

“De uma carta de LÁZARO BARRETO
Há muito tempo que pretendo escrever-lhe, mas esperava publicar a nota sobre a turma da GERAÇÃO COMPLEMENTO, que finalmente saiu no “Suplemento Literário do Minas Gerais”. Você viu? Depois de sair é que vi como o trabalho é pequeno em relação ao assunto, e falho, omisso, dando talvez até uma idéia errônea do que foi o Movimento. Quem sabe eu não deveria ter publicado? Acho que o assunto está a merecer estudo de maior fôlego, mais completo e profundo. Quem se aventuraria? De minha parte, estou canhestro. Não participei de dentro da coisa, fui mais um espectador, com raras participações. Estava muito verde naquele tempo, não tinha a competência nem o arroubo para ombrear em qualificações com os demais membros. Então, por pudor, retraia-me. Mas fico muito feliz observando os grandes e belos frutos que produziu. É toda uma geração que agora se dispersou, mantendo porém o cordão umbelical da mesma fonte de desespero floral e ânsia libertária”.

Resposta da Terezinka (na época assinava Terezinha. Esposa do grande poeta e crítico Heitor Martins que, com ela migrou para os Estados Unidos, onde estão até hoje):

“Querido e Distante Amigo Lázaro:
Seu artigo estava excelente. E você representou um papel único e talvez o mais importante da “Geração Complemento”, o de expectador consciente: Nenhum de nós tínha consciência do que estava passando, embora com vaidade nos chamávamos de uma “Geração Complemento” (deve ter sido um termo inventado por Heitor) e não houve outro expectador. Só você sentiu a importância do acontecimento, talvez porque fosse demasiado jovem ou tivesse demasiada auto-crítica para participar. Mas você tem razão, o fato vai ter de merecer algum estudo. Qualquer pesquisador literário que estudar a minha obra, vai ter de buscar as raízes lá naqueles encontros da “Tiroleza”.

posted by Lazaro Barreto @ 10:39 AM 0 comments

Dois Lances

DOIS LANCES (*) - Lázaro Barreto .

Eis abaixo o que julgo ser um dos primeiros poemas de Oswaldo André de Melo, publicado no “Diário Mercantil” de Juiz de Fora em 08/07/1969. Escrito na ocasião de uma visita que fez à minha mãe , quando o arraial era mais antigo e bucólico.

“RECONHECIMENTO DA TERRA.

(p/lauzinho porque marilândia é dele com todo seu entendimento).

primeiro a objetiva
da máquina fotográfica
guardará os verdes
diversos da terra
- o cansaço as lajes
menininho jesus
são pedro afundado
na pedra na fé
do povo – o rio:
água limpa para
a sede areia na rasura
para os pés viajantes
- a máquina fotográfica
perpassa a laranja
leite tirado na hora
as falas do sabasquá
bordado inácio solteiro
- depois beija a face
da virgem barroca
seu séqüito de são
sebastião sagrada família
nosso senhor escondido
na gaveta: aguardo da morte
na semana santa
decifra os cabelos
de angélica corpos do
sino suas vozes
- a máquina fotográfica
entre o forro da igreja
nossa senhora do desterro
o pagode no meio da noite.


(Em seguida, uma tentativa de poema deste bloguista, publicado no mesmo jornal de Juiz de Fora em 11/10/1968, na coluna dominical intitulada genericamente de “Poesia de Vanguarda” -vanguarda na época, é claro.

DOIS LANCES DE MOÇA
(para tática: lázaro barreto).

Ela olhando: se essa rua fosse um rio
e me levasse para mim,
o chão erétil sob os pés
na manhã colegial,
é absurdo existir assim
a fruta do meu ser
em dia tosco-bobo, e todos
me verão enxuta na chuva
sorrindo o poema geral.

Ela olhada: de dentro para fora a vibração
do que na epiderme exulta,
exasperando sem contatar,
nem é bom pensar é tessétera
nos recônditos ônditos
mussica cantada inaudível
vem ela reversível desenhando
um sistema de carícias que
punge na epiderme e derrama
a cor da fala e filtra
águas do murmúrio universal
é tessétera e etcetéra.

(Mantínhamos em Divinópolis, naquela época, um jornal literário chamado “AGORA”, através do qual intercambiávamos publicações com outros jornais literários do Brasil e até do Exterior. Em Juiz de Fora os amigos (afeiçoados, de ambas as partes até hoje, graças a Deus) editores eram Wagner Corrêa de Araújo e Clevane Pessoa de Araújo

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